O conselho supremo de segurança da Argélia fechou ontem o espaço aéreo do país a todos os aviões civis e militares marroquinos, disse a presidência argelina, menos de um mês depois de cortar relações diplomáticas com o reino, informou a Reuters.
A decisão foi tomada “em vista das contínuas provocações e práticas hostis do lado marroquino”, disse o órgão em um comunicado.
O encerramento também inclui qualquer aeronave com uma matrícula marroquina, afirmou a presidência após reunião do conselho.
Não houve resposta oficial marroquina imediata. Uma fonte da Royal Air Maroc disse que o fechamento afetaria apenas 15 voos semanais que ligam o Marrocos à Tunísia, Turquia e Egito.
A fonte descreveu o fechamento como insignificante e disse que os voos relevantes poderiam redirecionar sobre o Mediterrâneo.
A companhia aérea não fez comentários oficiais sobre a decisão da Argélia.
LEIA: Argélia refuta afirmações do Marrocos sobre laços Hezbollah-Polisario
No final do mês passado, a Argélia decidiu cortar relações diplomáticas com o Marrocos, citando “ações hostis” do reino, referindo-se principalmente aos comentários feitos pelo enviado marroquino em Nova York a favor da autodeterminação da região de Kabylie na Argélia.
Argel também acusou Rabat de apoiar o MAK, um grupo separatista que o governo declarou ser uma organização terrorista. As autoridades culpam o grupo pelos incêndios florestais devastadores, principalmente em Kabylie, que mataram pelo menos 65 pessoas. MAK negou as acusações.
O Marrocos disse em resposta que a Argélia não tem justificativa para cortar relações e que seus argumentos são “falaciosos e até absurdos”.
A fronteira entre o Marrocos e a Argélia está fechada desde 1994 e a Argélia indicou que vai desviar as exportações de gás de um gasoduto que atravessa o Marrocos, que deveria ser renovado ainda este ano.
As relações se deterioraram desde o ano passado, quando a questão do Saara Ocidental explodiu após anos de relativa quietude. Marrocos vê o Saara Ocidental como seu, mas a soberania do território foi contestada pela Frente Polisário, um movimento de independência apoiado pela Argélia.