Um homem iraquiano que foi torturado pela polícia até confessar o assassinato de sua esposa — portanto, condenado à prisão — foi finalmente libertado, no início da semana, quando a suposta vítima voltou viva para a casa.
O caso data de junho, quando investigadores da província de Babil anunciaram que Ali Kazem Abd Hamidan, oficial do exército, confessou matar a mulher desaparecida em abril.
Na ocasião, a polícia iraquiana divulgou um vídeo no qual Ali relatava como ateou fogo na esposa e desovou o corpo em um rio, devido a uma disputa familiar.
Não obstante, a vítima retornou para casa de sua família nesta semana, incitando um debate público sobre o uso de tortura para extrair confissões.
Um parente de Ali confirmou que o então investigado sofreu tortura e chegou a denunciá-la durante seu julgamento e reivindicar exame médico. No entanto, os juízes adiaram a perícia por 35 dias até que os traços de violência desaparecessem.
Segundo o relato, policiais insultaram, chutaram, socaram e eletrocutaram Ali por horas.
Detalhes de onde estava sua esposa não foram revelados.
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