A situação humanitária do Iêmen preocupa diferentes agências das Nações Unidas que pedem mais fundos para prestar auxílio às populações. O país está a caminho de completar sete anos de conflito civil.
A cada 10 minutos, uma criança iemenita perde a vida devido à desnutrição. São mil mortes por semana, no país que é considerado um dos lugares mais difíceis do mundo para ser uma criança.
Alimentos
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, informou que a distribuição completa de alimentos foi recentemente restaurada após meses de redução. A medida foi possível graças a uma resposta de doadores como Estados Unidos, Alemanha, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
Após lançar vários alertas sobre a iminência da fome e de uma catástrofe alimentar, a agência destaca a falta de fundos para mais de metade dos 30 milhões de habitantes do país, que devem passar pela situação.
A previsão é que a crise alimentar provoque a morte de 400 mil crianças menores de cinco anos nos próximos 12 meses.
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No terreno, a moeda desvaloriza e os preços dos alimentos disparam. Em breve, os beneficiários das entregas alimentares poderão sofrer novos cortes, se 800 milhões não forem disponibilizados para atuar nos próximos seis meses.
A diretora executiva do Fundo da ONU para a Infância, Unicef, Henrietta Fore, destaca que a guerra no Iêmen criou a maior crise humanitária do mundo. A situação piora com a crise de saúde e os efeitos socioeconômicos da pandemia.
Lares
Fore adverte que, a cada dia, a violência e a destruição causam danos na vida de crianças e suas famílias. Somente em 2021, o aumento de crianças deslocadas por causa da violência subiu para 1,7 milhão.
O colapso total está iminente em serviços básicos como saúde, água potável, saneamento e educação que encaram fragilidades.
A educação infantil no Iêmen também foi gravemente afetada pela guerra. Pelo menos 2 milhões de crianças continuam fora da escola.
Um em cada seis centros de ensino não pode mais ser usado para a atividade. Dois terços dos professores não recebem um salário regular há mais de quatro anos.
Menores que sobrevivem à guerra podem ter que carregar as marcas físicas e emocionais pelo resto da vida, numa situação que prejudica o desenvolvimento e a felicidade na vida adulta. No país, ser criança é ter “passado por uma experiência de violência que nenhuma outra deveria enfrentar”.
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Publicado originalmente em Onu News