Coalizão iraquiana rejeita apelos por normalização com Israel

Mais de 300 iraquianos, incluindo líderes tribais, participam de uma conferência convocada por um think tank americano para promover a normalização com Israel, na região autônoma do Curdistão, 24 de setembro de 2021 [SAFIN HAMED/AFP via Getty Images]

Neste sábado (25), uma coalizão iraquiana rejeitou apelos por normalização de relações com o Estado de Israel proferidos durante uma conferência em Erbil, capital da região autônoma do Curdistão, no norte do Iraque. As informações são da agência Anadolu.

“Condenamos e rejeitamos conferências, fóruns e chamados por normalização com a entidade sionista, realizados em solo iraquiano”, afirmou Ammar al-Hakim, líder da Aliança Nacional de Sábios Xiitas — coligação que detém 19 dos 329 assentos no parlamento em Bagdá.

Segundo al-Hakim, a causa palestina é prioridade de árabes e muçulmanos.

“Renovamos nosso pleno apoio ao povo palestino, sua justa causa e sua luta para recuperar sua terra usurpada”, prosseguiu.

Na sexta-feira (24), uma “conferência de paz” em Erbil contou com a presença de líderes de tribos xiitas e sunitas, como parte de uma campanha internacional para promover a normalização entre Israel e Iraque.

“Somos um fórum de sunitas e xiitas, reunindo membros do Movimento Despertar dos Filhos do Iraque, além de intelectuais, líderes tribais e jovens ativistas que participaram dos protestos entre 2019 e 2021”, declararam os organizadores do evento.

LEIA: Líderes proeminentes da comunidade do Iraque pedem normalização com Israel

“Exortamos o Iraque a introduzir relações com Israel e seu povo via acordos similares aos estados árabes que normalizaram”, acrescentou o comunicado.

A nota reiterou ainda sua oposição a jihadistas sunitas e extremistas xiitas ligados ao Irã.

Autoridades em Bagdá e Erbil não comentaram o episódio, até então.

O Iraque não tem qualquer relação diplomática com Israel e a proposta de normalização é amplamente rejeitada pela população.

Em 2020, quatro estados árabes — Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão e Marrocos — instituíram laços com a ocupação israelense, conforme esforços do ex-presidente americano Donald Trump; medida amplamente rechaçada pelo povo palestino.

Sair da versão mobile