Aeronaves não identificadas atingiram instalações utilizadas por milícias ligadas ao Irã na província de Deir ez-Zor, leste da Síria, segundo informações da agência Reuters.
Indícios apontam que Teerã expandiu sua presença militar na região próxima à fronteira iraquiana, ao longo do último ano.
De acordo com residentes e fontes militares, os ataques ocorreram na cidade de Mayadeen, nas margens do Rio Eufrates, que tornou-se base de diversas milícias xiitas, a maioria de origem iraquiana, após a expulsão do Daesh (Estado Islâmico), quatro anos atrás.
Combatentes ligados ao Irã que patrulhavam as ruas foram postos em alerta máximo e ambulâncias foram vistas às pressas nos subúrbios áridos de Mayadeen, após uma série de explosões serem ouvidas, conforme relatos de dois residentes.
“Combatentes em pânico pediam a transeuntes e carros para deixar o centro da cidade e as principais vias de acesso”, declarou Ahmad al-Shawi, residente local, à agência Reuters.
Mayadeen é uma cidade majoritariamente sunita, mas contém a presença de milícias pró-Teerã — isto é, em apoio a Bashar al-Assad — como parte de sua expansão por Deir ez-Zor.
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A imprensa estatal não reportou imediatamente os ataques, que contradizem negativas prévias de que milhares de combatentes ligados ao Irã foram espalhados por todo o país.
Israel, receoso do crescimento da presença e influência regional iraniana, alega ter executado centenas de ataques na Síria, para desacelerar o avanço de Teerã.
Em 2020, ataques israelenses conduzidos por drones concentraram-se na região de fronteira de Albu Kamal, sudeste de Mayadeen, rota estratégica de suprimento aos grupos paramilitares ligados ao Irã, que enviam regularmente reforços do Iraque à Síria.
Milícias xiitas também controlam largas faixas da fronteira no lado iraquiano.
Fontes de inteligência ocidental confirmam que Israel expandiu seus ataques aéreos contra supostas rotas utilizadas pelo Hezbollah libanês e outros grupos pró-Teerã, em apoio a Assad durante a guerra civil.