O primeiro-ministro sudanês, Abdullah Hamdok, disse ontem que as forças do período de transição devem ser expandidas para acomodar todas as forças que estão lutando pela democracia, informou a Agência Anadolu.
“A unidade das forças da revolução sudanesa e a expansão da base do período de transição são uma necessidade para acomodar todas as forças que lutam pela democracia e representam o principal aspecto de uma pátria democrática que abraça a todos”, disse Hamdok durante uma reunião de gabinete em Cartum.
“Esta parceria existente é a nossa ferramenta para transitar para a paz, a liberdade, a democracia e o desenvolvimento”, acrescentou, sem dar mais detalhes sobre as forças que deseja incluir.
Vários partidos sudaneses protestaram contra sua exclusão da coalizão governante do país, principalmente o Movimento de Libertação do Sudão, o Movimento pela Justiça e Igualdade e o Partido Democrático Unionista, além de muitas organizações da sociedade civil.
As tensões aumentaram nos últimos dias entre os componentes militares e civis da autoridade de transição, na sequência de críticas feitas por líderes militares contra as forças políticas.
A crítica veio uma semana após o anúncio do Exército de que havia frustrado uma tentativa de golpe perpetrada por militares leais ao regime do presidente deposto Omar Al-Bashir.
Um dia depois, o general Abdel Fattah Abdelrahman al-Burhan, presidente do Conselho de Soberania do Sudão, acusou os políticos do país de não se importarem com os problemas dos cidadãos.
O vice-presidente do Conselho de Soberania do Sudão, Mohamed Hamdan Dagalo, disse que os golpes militares são causados por políticos que negligenciaram os serviços aos cidadãos e estavam preocupados com a divisão do poder.
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