Tribunal de Israel adia despejo de Khan Al-Ahmar em seis meses

A Suprema Corte de Israel aprovou hoje o pedido do governo de adiar por seis meses a planejada demolição e despejo dos residentes palestinos da vila ocupada de Khan Al-Ahmar, na Cisjordânia.

Walid Assaf, chefe do Wall and Settlement Affairs Commission, explicou que a decisão do Tribunal Superior vem à luz da pressão contínua da comunidade internacional e do Tribunal Penal Internacional (TPI) alertando que o despejo e o deslocamento dos residentes equivalem a uma guerra crime.

Ele disse à agência de notícias Wafa: “As autoridades de ocupação tentaram forçar os residentes de Khan al-Ahmar a partir, mas falharam por causa da lendária firmeza do residente. Também por causa do TPI, que alertou o governo israelense contra o deslocamento ou a demolição da aldeia e das comunidades do entorno da área conhecida como E1, considerando tal ato um crime de guerra, além do esforço diplomático e da forte posição internacional de apoio à permanência dos palestinos em suas terras”.

A ordem de arrasar a aldeia foi emitida pela primeira vez em 2009, há mais de dez anos.

Com sua posição na chamada área E1, onde um projeto de expansão de assentamento israelense está planejado ao longo da estrada Jerusalém-Jericó, as comunidades palestinas em Khan Al-Ahmar lutam por sua existência há décadas.

LEIA: Israel busca prorrogação do tribunal antes de apresentar plano para despejar Khan Al-Ahmar

“Desde dois anos atrás, não há nada de novo sob o sol”, afirmaram os juízes israelenses hoje, enfatizando que o governo teve a oportunidade repetidamente de realizar a evacuação, mas nada mudou.

De acordo com o Jerusalem Post, o juiz Noam Sohlberg disse: “Não há dúvida de que se aproxima o dia em que não seremos mais capazes de aceitar o não esclarecimento da petição e exigiremos uma decisão clara, para melhor ou para pior. Não podemos ficar sentados de braços cruzados, sem ação, na frente do estado arrastando seus pés”.

As forças de ocupação israelenses afirmam que as casas devem ser demolidas, porque foram construídas sem a quase impossível obtenção de licenças de construção. Enquanto isso, o assentamento ilegal israelense de Ma’ale Adumim nas proximidades vem crescendo desde 1975, agora é o lar de mais de 37.000 colonos israelenses ilegais.

Sair da versão mobile