Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político do Hamas, afirmou ontem (29) que o Presidente dos Estados Unidos Joe Biden e o Primeiro-Ministro de Israel Naftali Bennett recusam-se a acatar qualquer solução política para a questão palestina.
“Até mesmo um estado palestino com as fronteiras de 1967”, reiterou Haniyeh durante entrevista com a televisão turca, ao referir-se à chamada solução de dois estados.
Segundo o político palestino, nem Biden, muito menos Bennett, abordarão a realidade da ocupação colonial israelense de modo distinto de seus antecessores.
“O governo israelense segue adiante com sua política de expropriação de terras e violação dos direitos palestinos em Gaza, Cisjordânia e Jerusalém”, reiterou Haniyeh.
Tampouco haverá mudança na política dos Estados Unidos sobre Israel, devido a “interesses mútuos”, enfatizou.
Questionado sobre os “acordos de paz” entre Tel Aviv e estados árabes, Haniyeh insistiu que os palestinos lamentam a normalização: “Alguns regimes creem que sua existência depende do apoio americano e de como este passa por Tel Aviv; não é realidade”.
Seis estados árabes normalizaram laços com Israel, até então — previamente, Egito e Jordânia; Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão, em 2020.
Os palestinos condenam a normalização, em detrimento de sua luta diária contra as violações de direitos humanos da ocupação israelense.
Haniyeh destacou que o estabelecimento de relações diplomáticas não significa, no entanto, que o povo árabe aceite a violência colonial perpetuada por Israel.
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