Uma foto tirada mostra as grandes pirâmides iluminadas com luz azul e lendo com uma projeção de laser a mensagem “Fique em casa” no planalto de Gizé fora do Egito capital do Cairo, no dia do patrimônio mundial, na luta do país contra a disseminação da COVID-19, em 18 de abril de 2020 [Khaled Desouki/ AFP via Getty Images]
O Egito registrou o maior número de mortes por coronavírus em mais de três meses, enquanto o país luta com sua quarta onda, com casos aumentando desde o início de setembro.
A notícia chega depois que o sindicato médico egípcio anunciou no domingo que 600 profissionais egípcios morreram desde o início da pandemia.
Em maio, o sindicato médico perdeu 35 médicos em duas semanas e, na época, foi relatado que a proporção de médicos em relação ao total nacional de mortes no Egito era seis vezes maior do que nos Estados Unidos.
O Egito teve um total de 303.783 casos e 17.294 mortes registradas. É um dos sete países da África que lutam contra uma quarta onda de coronavírus, incluindo Argélia, Benin, Quênia, Tunísia, Maurício e Somália.
O governo egípcio foi criticado por não impor medidas cautelares para conter o aumento de casos, já que os egípcios não respeitam o distanciamento social ou usam máscaras durante o transporte público e em prédios do governo. O governo se recusou a fechar lojas e restaurantes e não aplica multas e penalidades para quem não aderir às medidas cautelares.
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Analistas disseram que os políticos aparecem em público sem máscaras e não socialmente distanciados uns dos outros por medo de que isso venha a impactar ainda mais a indústria do turismo.
Em agosto, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo informou que o Egito estava perdendo cerca de 31 milhões de libras egípcias (US$ 2 milhões) por dia ao ser incluído na ‘lista vermelha’ de viagens do Reino Unido.
Cerca de 844.000 pessoas perderam seus empregos nos setores de turismo e viagens por causa da pandemia.
Desde o início da pandemia, o governo egípcio perseguiu médicos que contestaram a narrativa oficial sobre os números ou a situação do sistema de saúde do país.
No ano passado, o Banco Mundial aprovou um fundo para combate à covid-19 de US$ 50 milhões para ajudar a fortalecer a resposta do Cairo, mas não levou em consideração essas represálias.