A Vice-Presidente dos Estados Unidos Kamala Harris afirmou nesta terça-feira (28) que “não se deve suprimir o debate”, após uma estudante questionar seu apoio contínuo a Israel, apesar do “genocídio étnico” perpetuado contra o povo palestino.
A vice-presidente democrata conversou com estudantes na Universidade George Mason, em Fairfax, no estado de Virgínia, para celebrar o Dia de Registro Nacional de Eleitores nos Estados Unidos, segundo informações da rede ultraconservadora Fox News.
“No último verão, houve protestos em números astronômicos [sobre a causa palestina]”, destacou a estudante. “Apenas alguns dias atrás, porém, recursos foram alocados para manter o apoio a Israel, o que me machuca muito, pois se trata de genocídio étnico e deslocamento forçado, como ocorreu na América, e tenho certeza que a senhora está ciente disso”.
Harris respondeu: “Isso se trata do fato de que sua voz, sua perspectiva, sua experiência, sua verdade não devem ser suprimidas e devemos ouví-las, certo? E uma das coisas pela qual lutamos é a democracia, certo? Seu ponto é sobre política externa, sobretudo relacionada ao Oriente Médio, e que devemos manter debates saudáveis em nosso país sobre o caminho certo; e nenhuma voz deve ser suprimida em torno disso”.
Douglas Murray, comentarista e escritor sionista de extrema-direita, atacou a jovem universitária ao chamá-la de “ignorante” e condenou a ex-senadora pela Califórnia por não conceder uma resposta mais contundente à pergunta.
Entrevistado pela rede Fox News, Murray alegou que o diálogo demonstra que Harris — pré-candidata em 2020 e eventual presidenciável nas próximas eleições — não é um “quadro” adequado ao Partido Democrata.
Israel ocupou a Palestina via limpeza étnica em 1948, durante a Nakba ou catástrofe, e insiste em preservar sua ocupação e apartheid a despeito dos apelos internacionais.
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