O presidente tunisino, Kais Saied, emitiu ontem duas ordens presidenciais demitindo dois de seus assessores.
A dupla foi nomeada Moez Al-Wartani, primeiro conselheiro responsável pelas relações com as instituições constitucionais e a sociedade civil, e Maher Ben Rayana, primeiro conselheiro responsável pelos assuntos sociais.
Desde 25 de julho, quando Saied citou o artigo 80 da constituição para demitir o primeiro-ministro Hicham Mechichi, congelar o trabalho do parlamento por 30 dias, levantar a imunidade dos ministros e nomear-se chefe da autoridade executiva até a formação de um novo governo, um grande número de funcionários foi demitido.
Saied também anunciou a nomeação de Najla Bouden Romdhane, uma pouco conhecida professora de geofísica que implementou projetos do Banco Mundial no Ministério da Educação, como primeira-ministra.
Isso aconteceu uma semana depois de ele suspender a maior parte da constituição, dizendo que ele poderia governar por decreto durante um período “excepcional” sem fim definido, questionando os ganhos democráticos após a revolução da Tunísia de 2011 que desencadeou os protestos da Primavera Árabe.
Os críticos dizem que Saied está fortalecendo os poderes da presidência às custas do parlamento e do governo e quer mudar o sistema de governo do país para um presidencial. Eles condenaram suas ações como um “golpe contra a constituição”.
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