Autoridades egípcias alegaram ontem (30) ter frustrado um esquema de financiamento da Irmandade Muçulmana, por meio de firmas pertencentes a Safwan Thabet, fundador e ex-presidente das indústrias alimentares Juhayna, agora aprisionado.
O tradicional grupo político foi criminalizado no país após o golpe de estado que levou o general Abdel Fattah el-Sisi ao poder, em meados de 2013.
Dias antes, contudo, a Anistia Internacional acusou o regime egípcio de manter Thabet e seu filho em condições equivalentes a tortura, por se recusarem a entregar recursos de suas companhias a uma entidade pertencente ao governo.
O Ministério do Interior afirmou em nota que o esquema pretendia canalizar fundos a “atividades terroristas” através de empresas atribuídas a Thabet.
Além disso, US$8.4 milhões e munições foram encontrados em um apartamento em Gizé, insistiu o comunicado do Cairo. Em seguida, descreveu o empresário encarcerado como “líder da Irmandade”.
A família de Thabet nega qualquer delito.
O advogado da corporação Juhayna não comentou as novas acusações.
Autoridades prenderam Thabet em dezembro de 2020. Após assumir a presidência da diretoria da empresa, seu filho — Seif el-Din — também foi preso, em fevereiro de 2021.
A Anistia observou que o regime egípcio não forneceu qualquer evidência da suposta filiação de Thabet e seu filho à Irmandade Muçulmana.