Os parlamentares tunisianos expressaram ontem sua rejeição às medidas excepcionais tomadas pelo presidente, Kais Saied, pedindo a retomada dos trabalhos parlamentares para sair da crise que o país enfrenta, informaram as reportagens locais.
Os deputados convocaram uma assembleia geral e a retomada dos trabalhos do parlamento para iniciar o estabelecimento de novas eleições legislativas. Disseram que consideram que “todas as medidas excepcionais são nulas e nada mais são do que o fundamento de uma ditadura individual”.
Saied detém quase o poder total desde 25 de julho, quando demitiu o primeiro-ministro, suspendeu o parlamento e assumiu a autoridade executiva, citando uma emergência nacional.
Os 73 deputados apelaram a Saied para “recuar das medidas excepcionais, regressar à constituição e prosseguir o diálogo entre todos os atores políticos e sociais”.
Isso aconteceu horas depois que a presidência tunisiana anunciou a nomeação de Najla Bouden Romdhane como primeira-ministra.
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Na semana passada, Saied suspendeu a maior parte da constituição, dizendo que ele poderia governar por decreto durante um período “excepcional” sem fim definido, questionando os ganhos democráticos após a revolução da Tunísia de 2011 que desencadeou os protestos da Primavera Árabe.
Os críticos dizem que Saied está fortalecendo os poderes da presidência às custas do parlamento e do governo e quer mudar o sistema de governo do país para um presidencial. Eles condenaram suas ações como um “golpe contra a constituição”.