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O presidente tunisiano, Kais Saied, recebe Najla Bouden, que foi designada para formar um novo governo, em Tunis, Tunísia, em 29 de setembro de 2021 [Presidência tunisiana/Agência Anadolu]
O presidente tunisiano, Kais Saied, recebe Najla Bouden, que foi designada para formar um novo governo, em Tunis, Tunísia, em 29 de setembro de 2021 [Presidência tunisiana/Agência Anadolu]

Riyadh Chouaibi, assessor político do presidente do Parlamento tunisino Rached Ghannouchi, anunciou na quinta-feira que designar Najla Bouden para chefiar o governo tunisiano não contribuirá para “embelezar” as medidas excepcionais impostas pelo presidente, Kais Saied.

Chouaibi postou no Facebook: “Diante da implementação da Ordem Presidencial nº 117, que suspendeu a constituição, reuniu todos os poderes com uma mão e aboliu todas as instituições constitucionais, tudo o que dela resulta fica invalidado”.

Ele acrescentou: “A condenação do golpe e suas medidas arbitrárias não serão mitigadas pela designação de uma mulher, pois foi feito em violação das fórmulas constitucionais, uma vez que o governo não estaria sujeito à aprovação e fiscalização do Parlamento e a responsabilidade política exigida de qualquer governo democrático não seria cumprida”.

Ele continuou: “A continuação do golpe na política de fuga para a frente e de suas obrigações legais e morais com os requisitos da constituição e a proteção do estado tunisiano aprofunda a crise que o país atravessa e abre um retorno para tirania e ditadura de suas piores portas. Todas as forças democráticas, sejam políticas, sejam sociais, sejam cívicas, devem estar cientes das consequências de acompanhar o golpe ou apaziguá-lo, pelos efeitos desastrosos que causará ao país e ao interno da Tunísia e aos interesses externos”.

A designação do presidente Saied para Najla Bouden para formar um novo governo gerou uma onda generalizada de controvérsia na Tunísia. Enquanto alguns saudaram a nomeação de uma mulher para chefiar o governo pela primeira vez na história do país, outros consideram que a nova primeira-ministra se tornará um mera funcionária do presidente Saied, que assumiu todos os poderes do país.

LEIA: ‘Não há espaço para consulta na formação do próximo governo’, diz presidente da Tunísia

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