O exército israelense não estará envolvido na coleta de armas ilegais das comunidades árabes em Israel, disse hoje o ministro da Segurança Interna, Omer Bar-Lev.
Negando reportagens que circulavam, Bar Lev escreveu no Twitter: “Esclarecimento sobre o que foi publicado em vários meios de comunicação sobre a discussão com a equipe ministerial de luta contra o crime na Rua Árabe na noite passada. Durante todas as três horas de audiência, a palavra IDF [exército] foi mencionada apenas no contexto do roubo de armas de suas bases e sua prevenção”.
Em declarações ao Canal 12 de TV, uma fonte de segurança que participou da reunião de ontem à noite disse: “Ninguém falou e ninguém consultou o exército israelense ou o Ministério da Segurança a esse respeito. Os soldados não podem e não têm o poder da polícia para fazer prisões ou buscas”.
Isso ocorre após relatos de que os serviços de inteligência de Israel, Shin Bet, e o exército teriam um papel limitado no combate ao aumento das taxas de criminalidade entre os cidadãos palestinos de Israel.
O gabinete do primeiro-ministro, Naftali Bennett, anunciou ontem que unirá esforços para lidar com armas ilegais na comunidade árabe.
“A situação da violência no setor árabe atingiu uma linha vermelha”, disse ele aos presentes em seu escritório. “O problema foi deixado de lado e negligenciado por anos até atingir proporções ultrajantes, como vimos no ano passado.”
“Nosso governo está levando a questão muito a sério”, acrescentou ele, observando o estabelecimento de uma “equipe de trabalho interministerial” chefiada por Yoav Segalovitz, o vice-ministro da Segurança Pública e um major-general aposentado.
No entanto, o grupo de prefeitos árabes considerou a medida “uma decisão ruim, que resulta de ver a população árabe como uma ameaça à segurança, em vez de cidadãos israelenses com direitos iguais que estão em situação de angústia”, segundo o Haaretz.
“Quando uma onda de crimes atinge famílias criminosas na comunidade judaica, o governo nem por um momento considera o uso de tais meios para suprimi-la”, acrescentou o grupo.
Os cidadãos palestinos de Israel – aqueles que permaneceram durante a Nakba – representam 20 por cento da população do país.
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