A candidatura do Egito para sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP27) foi deferida pela entidade internacional, a ser avaliada posteriormente.
Neste ano, o evento será realizado em Glasgow, na Escócia, entre 1° e 12 de novembro.
A cúpula trabalha para executar as metas do Acordo de Paris, assim como da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, e é sediada anualmente por países de diferentes regiões do mundo.
Recentemente, o presidente egípcio Abdel Fattah el-Sisi prometeu abordar a questão, ao alegar que o continente africano “sofre de consequências graves das mudanças climáticas, relacionadas à seca, desertificação e risco de insegurança alimentar”.
Ao afirmar que tratar do clima é “prioridade máxima dos países em desenvolvimento”, Sisi também os exortou a assumir sua responsabilidade em reduzir emissões de dióxido de carbono (CO2), conforme as prerrogativas do Acordo de Paris.
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No entanto, o anúncio da candidatura egípcia para receber o evento ocorre em meio a diversas crises ambientais vivenciadas em seu território.
Além disso, em 2019, a ONU adiou uma conferência contra a tortura prevista para ocorrer no Cairo, devido a denúncias de tortura sistêmica no país norte-africano.
Em 2007, o Banco Mundial descreveu o ar da capital egípcia como o pior do mundo em termos de poluição de partículas.
Um artigo de 2019, publicado pela rede Our World in Data, observou ainda que a taxa de mortalidade atribuída à poluição do ar no Egito é dez vezes maior que os índices registrados em países como Suécia, Finlândia ou Nova Zelândia.
Devido ao volume de veículos, os danos da poluição aos edifícios da capital é evidente na cor das fachadas. Há também alto nível de poluição sonora.
O aumento no nível do mar — decorrente do aquecimento global — ameaça inundar a cidade costeira de Alexandria, às margens do Mediterrâneo e submergir as comunidades mais pobres e sítios arqueológicos no norte do Egito.
Um estudo de 2018 destacou ainda que a região do Delta do Nilo — perto de Alexandria; essencial à economia egípcia — pode ser inundada até 2050.