A segurança da ONU impediu ontem (4) Gilad Erdan, enviado de Israel ao órgão internacional, de levar um retrato de Adolf Hitler a uma sessão da Assembleia Geral dedicada à crise financeira da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).
Segundo a imprensa israelense, Erdan queria trazer à tona uma postagem nas redes sociais de um professor ligado à agência, na qual supostamente glorificou o líder nazista.
“Vejo como um precedente bastante perigoso, restringir minha liberdade de expressão e esconder a verdade das Nações Unidas”, alegou Erdan.
“Estou chocado porque trouxe aqui a postagem de um professor da UNRWA enaltecendo o pior assassino em massa da história”, prosseguiu. “Lamentavelmente, fui impedido de levar a imagem como prova a ser compartilhada com outros embaixadores”.
Um porta-voz das Nações Unidas reiterou, no entanto, que o protocolo da entidade proíbe diplomatas de utilizar acessórios em seus discursos.
Israel insiste em uma veemente campanha para vincular críticas legítimas à sua ocupação e regime de apartheid ao racismo antijudaico, além de esforços para esvaziar doações a UNRWA e neutralizar a pauta dos refugiados palestinos.
Nesta segunda-feira, Phillipe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, apresentou um relatório à Assembleia Geral sobre os desafios enfrentados ao fornecer serviços a 5.7 milhões de refugiados palestinos no Líbano, Síria, Jordânia, Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
Lazzarini também contrapôs as alegações de incitação e antissemitismo em escolas da agência, ao destacar: “Tenho profundo orgulho de nosso sistema de ensino … A UNRWA utiliza o currículo do país anfitrião de acordo com as melhores práticas na educação aos refugiados”.
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