Alegações feitas contra a liderança da Irmandade Muçulmana no Egito são “contraditórias”, afirmou o advogado Muntaser al-Zayyat à rede Al-Quds Al-Arabi, nesta terça-feira (5).
Ao argumentar pela absolvição de seu cliente — Mahmoud Ezzat, antigo líder da Irmandade Muçulmana —, al-Zayyat insistiu que as acusações carecem de “provas materiais”.
No entanto, a Promotoria Pública marcou o novo julgamento de Ezzat para 19 de dezembro, sob acusações de espionagem em cooperação com o movimento palestino Hamas.
O líder islâmico de 77 anos foi preso em agosto de 2020, em um apartamento no leste do Cairo. Ezzat permanecia escondido no local desde 2013, após o golpe de estado que levou o presidente e general Abdel Fattah el-Sisi ao poder.
Após a prisão de Mohammed Badie, em agosto de 2013, Ezzat assumiu a liderança interina da Irmandade Muçulmana, segundo informações da agência Reuters.
Ezzat foi acusado pelo regime militar de espionar junto do Hamas e planejar atentados contra agentes e instituições do estado — “a fim de causar caos e prejudicar o país”.
Em 2013, Sisi — então chefe do exército — depôs Mohamed Morsi, primeiro presidente democraticamente eleito no Egito, ligado à Irmandade Muçulmana. Em seguida, criminalizou o grupo e impôs uma campanha de prisão contra supostos líderes, membros e apoiadores.
Badie permanece em custódia no Cairo, onde recebeu diversas penas perpétuas. Morsi faleceu aos 67 anos, após desmaiar durante uma audiência judicial, em junho de 2019.
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