A polícia alemã conduziu uma operação de busca e apreensão em todo o país nesta quarta-feira (6), contra uma suposta rede de lavagem de recursos destinados a Turquia e Síria, na mais recente movimentação europeia para conter fundos atribuídos a grupos militantes.
A operação foi liderada pela polícia de Dusseldorf e envolveu mais de mil policiais em três estados — Renânia do Norte-Vestfália, Baixa Saxônia e Bremen.
As forças de segurança adentraram em locais supostamente vinculados à rede criminosa, nas primeiras horas da manhã, e prenderam 11 pessoas, incluindo um cidadão sírio de 39 anos acusado de pertencer à Frente al-Nusra, grupo jihadista do norte da Síria.
As atividades criminosas em questão ficaram conhecidas como “rede hawala”, em referência a uma maneira informal de transferir bens e serviços ao exterior, supostamente popular nas comunidades islâmicas, facilitada por corretores internacionais.
Neste caso, segundo comunicado da polícia, os suspeitos repassaram recursos obtidos por meio de atividades ilegais, incluindo extorsão e assalto armado. De acordo com as autoridades, as transações acumulam 140 milhões de euros (US$162) desde 2016.
LEIA: Alemanha promete US$118 milhões a projetos vitais na Palestina
Durante as invasões policiais, foram confiscados itens estimados em dois milhões de euros (US$2.4 milhões), como ouro, jóias, relógios e carros de luxo. Conforme o relato, os suspeitos transferiram riqueza adquirida a Turquia e Síria para financiar grupos militantes.
A operação alemã é a última das medidas de Berlim — assim como de outros estados europeus — para combater métodos de transferência irregular de bens e capital a supostos grupos militantes ou terroristas, sobretudo nos últimos anos.
Em maio, autoridades alemãs indiciaram um imigrante sob alegações de enviar recursos à organização terrorista Daesh (Estado Islâmico). Em 2020, a França executou uma operação para prender dezenas de suspeitos envolvidos em transações ilegais via criptomoeda.