Chefe da ONU: Marrocos nega se retirar do posto fronteiriço de Guerguerat

O Secretário Geral das Nações Unidas António Guterres revelou que o Marrocos se recusou a se retirar do posto fronteiriço de Guerguerat.

O governo marroquino disse que Guterres estava se referindo a uma carta enviada pelo rei Mohammed VI em 21 de novembro de 2020 na qual ele confirmou o caráter “irreversível” da intervenção pacífica realizada pelo Marrocos no posto fronteiriço de Guerguerat para restaurar a liberdade de movimento civil e comercial, e a adesão do reino ao cessar-fogo.

Segundo o governo marroquino, o chefe da ONU disse que a Missão das Nações Unidas para o Referendo no Saara Ocidental (MINURSO) informou à Polisario que sua presença em Guerguerat constitui uma violação do Acordo Militar nº 1 e exigiu a retirada do pessoal militar e dos veículos do grupo da zona tampão.

Marrocos está em conflito com o grupo separatista argelino Polisario sobre o Saara Ocidental desde 1975, após o fim da ocupação espanhola. O conflito transformou-se em um confronto armado que durou até 1991 e terminou com a assinatura de um acordo de cessar-fogo.

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Rabat insiste no seu direito de governar a região, mas propõe um governo autônomo no Saara Ocidental sob sua soberania, mas a Frente Polisario quer um referendo para deixar o povo determinar o futuro da região. A Argélia tem apoiado a proposta da Frente e acolhe refugiados da região.

O cessar-fogo de 1991 chegou ao fim no ano passado depois que Marrocos retomou as operações militares na travessia de El Guergarat, uma zona tampão entre o território reivindicado pelo Estado de Marrocos e a autodeclarada República Árabe Saaraui Democrática, o que a Polisario disse ser uma provocação.

Ao lançar a operação, Marrocos “minou seriamente não apenas o cessar-fogo e os acordos militares relacionados, mas também quaisquer chances de alcançar uma solução pacífica e duradoura para a questão da descolonização do Saara Ocidental”, disse Brahim Ghali, líder da Frente Polisario, em carta à ONU.

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