A morte do empresário Khaled Al-Adawy é “considerada homicídio premeditado”, pois ele foi forçado a desaparecer, torturado e teve tratamento médico negado, disse a Rede Egípcia pelos Direitos Humanos (ENHR, na sigla em inglês) em um comunicado.
Khaled, 51, era dono da Pancho Readymade Garments Factory, de onde foi preso em julho e levado para a sede da Segurança Nacional, na qual foi interrogado, espancado, torturado por choque elétrico e humilhado verbalmente.
A ENHR constatou que ele foi torturado por um oficial de segurança nacional que atende pelo nome de Abdel Rahman, outro conhecido como Ahmed e pelo secretário de polícia Ahmed Hanafi.
A saúde de Khaled piorou por causa da tortura, mas seus pedidos de ajuda médica foram negados até que finalmente ele foi transferido para o hospital.
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Ele foi levado perante a Suprema Promotoria de Segurança do Estado, apesar de vômitos e diarreia contínuos, quando foi decidido que ele deveria ser detido por mais 15 dias em vez de ir para o hospital.
A decisão de detê-lo ainda mais na Delegacia de Polícia de Omrania em Gizé foi “uma sentença de morte”, disse a ENHR, devido à severa superlotação, má ventilação e forte fumaça de cigarro ali.
Khaled morreu em 2 de agosto e foi sepultado em sua cidade natal, Assiut, em 3 de agosto. Seu atestado de óbito afirmava que ele morreu depois que sua pressão arterial caiu e seu rim falhou, apesar de haver sinais claros de tortura em seu corpo.
Em um comunicado, a ENHR disse: “A rede confirma que o que aconteceu com ele é considerado homicídio premeditado ao deter um cidadão não oficialmente e em locais não oficiais, escondê-lo à força, torturá-lo e impedi-lo de obter sua liberdade e seu direito de tratamento e medicamentos adequados, fatores que causaram sua morte”.