Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Normalização será um fracasso sem abordar ocupação israelense, afirma Catar

O ministro das Relações Exteriores do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, em Doha, em 30 de setembro de 2021 [KARIM JAAFAR / AFP via Getty Images]

O Ministro de Relações Exteriores do Catar Mohammed bin Abdulrahman al-Thani expressou ressalvas sobre os “Acordos de Abraão” e seu suposto objetivo de levar paz ao Oriente Médio, sem abordar, contudo, os problemas da ocupação israelense imposta ao povo palestino.

“Não vemos qualquer prospecto para o processo de paz e acreditamos, portanto, que os Acordos de Abraão não contribuirão para solucionar a crise”, reiterou o chanceler, durante o segundo dia do Fórum de Segurança Global, em Doha, nesta quarta-feira (13).

Ao questionar o pressuposto do pacto — que instituiu laços entre Emirados Árabes Unidos e Bahrein, por um lado, e Israel, por outro, no último ano — argumentou al-Thani: “Não devemos focar na normalização econômica e esquecer da ocupação das terras árabes”.

Marrocos e Sudão juntaram-se à iniciativa posteriormente, após promessas do então Presidente dos Estados Unidos Donald Trump de reconhecer a soberania de Rabat sobre o território disputado do Saara Ocidental e a remoção de Cartum da lista de estados terroristas.

LEIA: Israel inaugura sua embaixada no Bahrein

Políticos e ativistas palestinos e internacionais condenam a normalização dos estados árabes por ignorar a brutal ocupação militar israelense contra o povo palestino, em favor de promessas econômicas — da mesma forma como ocorreu com os Acordos de Oslo, em 1993.

Críticos apontam que é ilusório crer que uma nação pode emergir e florescer sob ocupação, antes mesmo de uma solução política para encerrá-la. Tais acordos são descritos, nesta conjuntura, pela proverbial imagem de “pôr a carroça na frente dos bois”.

Para defender a fórmula, porém, Abdullah bin Zayed al-Nahyan, príncipe herdeiro dos Emirados, e o chanceler israelense Yair Lapid copublicaram um artigo no Financial Times, em setembro, celebrando a normalização como “catalisador de mudanças no Oriente Médio”.

Al-Nahyan e Lapid citaram, por exemplo, um concerto realizado por um músico emiradense em Jerusalém ocupada; um transplante de rim facilitado por um programa bilateral; o apoio suprapartidário à normalização em Washington e reações positivas na Europa.

Nenhum dos exemplos, no entanto, observam os críticos, sugerem qualquer avanço geopolítico ou nas negociações concernentes aos direitos do povo palestino.

Apesar da normalização, Abu Dhabi manteve seu apoio público à criação de um estado palestino, ao insistir que a normalização ajudaria a impedir a anexação ilegal de grande parte da Cisjordânia ocupada, conforme planos anunciados por Tel Aviv em 2020.

Nas semanas seguintes ao artigo de Al-Nahyan e Lapid, não obstante, o premiê ultranacionalista de Israel, Naftali Bennett, reafirmou sua oposição a qualquer estado palestino.

Sua Ministra do Interior, Ayelet Shaked, manteve também uma postura beligerante sobre a soberania palestina nas terras ocupadas, em sua recente turnê ao estado do Golfo.

Categorias
ÁfricaÁsia & AméricasBahreinCatarEmirados Árabes UnidosEstados UnidosIsraelMarrocosNotíciaOriente MédioPalestinaSudão
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments