O Irã criticou fortemente a posição da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) na sexta-feira, acusando-a de “dualismo” em suas negociações com o Irã, por um lado, e Israel, por outro.
O embaixador do Irã na AIEA, Kazem Gharibabadi, postou um tweet na noite de quinta-feira afirmando: “O silêncio e a indiferença em relação ao programa nuclear de Israel enviam uma mensagem negativa aos membros do Tratado de Não Proliferação de Nucleares (TNP)”.
Ele acrescentou que acredita que isso significa que “ser membro deste tratado equivale à aceitação dos mais rígidos procedimentos de verificação e controle, enquanto ficar de fora significa liberdade de qualquer obrigação, crítica e até mesmo recebimento de uma recompensa”.
O embaixador iraniano fez seus comentários em resposta a uma entrevista com o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, publicada pela Energy Intelligence em 8 de outubro.
Comentando sobre o motivo de dedicar tanto tempo ao programa nuclear iraniano e não ao de Israel, Grossi ampliou durante a entrevista: “Nossas relações com Israel são baseadas na relação que você tem com um país que não é signatário do TNP. Israel não assinou o tratado, e não estou avaliando se é uma coisa boa ou ruim”.
O Irã assinou o TNP em 1970, ano em que entrou em vigor.
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Israel, que não é signatário do tratado, advertiu repetidamente que fará tudo ao seu alcance para impedir que o Irã adquira armas nucleares.
O TNP conclama os signatários: “Conseguir o fim da corrida armamentista nuclear e tomar medidas em direção ao desarmamento nuclear”.
Israel é considerada a única potência nuclear do Oriente Médio e estima-se que tenha até 300 ogivas nucleares. No entanto, sempre negou isso.
Israel se opõe veementemente ao acordo sobre o arquivo nuclear iraniano concluído em 2015 entre Teerã e as seis grandes potências, considerando que permitiria a Teerã adquirir armas nucleares e ameaçaria sua existência.