Neste sábado (16), Damasco acusou Tel Aviv de estar por trás do assassinato de um agente de inteligência de alto escalão, perto da fronteira com as colinas de Golã, território sírio sob ocupação israelense desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Midhat Al-Saleh, ex-parlamentar de 54 anos, chefiava o Escritório sobre Assuntos de Golã do governo federal. Segundo a imprensa estatal, Saleh foi baleado e morto em frente à sua casa, na aldeia de Ain Eltineh, perto da cidade drusa de Majdal Shams.
De acordo com informações da rede Al Jazeera, Saleh foi executado por um franco-atirador israelense. Tel Aviv, contudo, não confirmou tampouco negou o incidente até então.
“O gabinete destacou que tais atos terroristas somente aumentam a determinação do povo sírio, para continuar a resistir ao ocupante e libertar Golã”, reportou a agência SANA. O governo sírio também rechaçou o “ato criminoso covardemente executado”.
Saleh serviu 12 anos nas cadeias de Israel, sob acusações de segurança. Foi libertado em 1997 e voltou à Síria no ano seguinte. No ano 2000, tornou-se membro do parlamento.
Saleh é creditado por facilitar a presença do grupo libanês Hezbollah perto da fronteira.
Na segunda-feira (11), o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett descreveu as colinas de Golã como “objetivo estratégico” de seu governo e prometeu até mesmo quadruplicar a população de colonos ilegais instalada no local.
“Golã é Israel e ponto final”, declarou Bennett, sob aplausos da Conferência Makor Rishon, no assentamento ilegal de Haspin, construído sobre o território sírio.
Em resposta a Bennett, a chancelaria em Damasco observou que Tel Aviv é “incapaz de mudar o fato eterno de que Golã foi e ainda é terra árabe” e destacou que o exército sírio está “determinado a liberar Golã da ocupação israelense”.
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