A Turquia convocou embaixadores de dez países por causa de uma declaração que apelava pela libertação do empresário Osman Kavala da prisão, relatou a agência de notícias Anadolu.
De acordo com o informe, a Turquia convocou os embaixadores dos EUA, Alemanha, Dinamarca, Finlândia, França, Holanda, Suécia, Canadá, Noruega e Nova Zelândia em Ancara.
Os representantes do Ministério das Relações Exteriores turco enfatizaram aos embaixadores que a Turquia é um “estado de direito democrático que respeita os direitos humanos e lembrou-lhes que o sistema judiciário turco não será afetado por tais declarações irresponsáveis”, disse a declaração.
O porta-voz do Parlamento turco, Mustafa Sentop, e Omer Celik, porta-voz do Partido da Justiça e Desenvolvimento da Turquia (AK), criticaram a declaração das embaixadas.
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“Declarações de diplomatas que trabalham em nosso país, para influenciar o Judiciário turco são inaceitáveis”, disse Celik, sublinhando que a Turquia é um estado de direito soberano e que o Judiciário turco é independente.
O Ministro da Justiça, Abdulhamit Gul, também disse que os diplomatas têm o dever de respeitar o poder judiciário do país em que estão servindo.
“De acordo com nossa Constituição, nenhum embaixador pode dar conselhos aos nossos tribunais ou dizer-lhes que façam qualquer coisa. Essa presunção representa uma sombra sobre o Estado de direito”, acrescentou Gul.
Na semana passada, um tribunal turco prorrogou a detenção de Osman Kavala, cujo julgamento por acusações relacionadas aos protestos do Parque Gezi de 2013 e à tentativa de golpe de 2016 atraiu grande interesse dos governos ocidentais, e pode comprometer a posição da Turquia no Conselho da Europa.