Um grande grupo de colonos israelenses incendiou terras agrícolas palestinas esta manhã na cidade de Burqa, na Cisjordânia, ao norte de Nablus, informou a agência de notícias Wafa.
De acordo com Ghassan Daghlas, que monitora as atividades dos assentamentos israelenses naquela área, os colonos atearam fogo em fazendas palestinas próximas ao assentamento ilegal israelense de Homesh. Os residentes palestinos próximos conseguiram apagar os fogos, mas não antes de causarem imensos danos às plantações e às árvores. Burqa e vilarejos vizinhos há muito tempo são alvo de colonos que vivem ilegalmente na Cisjordânia.
Vários grandes ataques incendiários por colonos israelenses foram registrados nos territórios ocupados nas últimas semanas, coincidindo com o início da época da colheita da azeitona. Na semana passada, colonos extremistas arrancaram 900 mudas de azeitonas e damascos e roubaram plantações de azeitonas na vila de Sebastia, também perto de Nablus. Além disso, os colonos arrancaram 70 árvores em Masafer Yatta, ao sul da cidade de Hebron, na Cisjordânia.
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Os palestinos dizem que as autoridades israelenses permitem que os colonos continuem seus ataques sem consequências, como parte dos esforços oficiais para intensificar a construção de assentamentos nos territórios ocupados. Em resposta ao último ataque incendiário, o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh, pediu à ONU que enviasse funcionários para monitorar os ataques dos colonos judeus israelenses contra os palestinos na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém.
“O terrorismo de colonos israelenses contra palestinos na Cisjordânia ocupada que atualmente estão colhendo suas plantações de azeitonas não assustará os agricultores porque eles são os verdadeiros donos da terra”, disse Shtayyeh. Ele pediu à ONU que estabelecesse um banco de dados de colonos envolvidos nestes atos de terrorismo a fim de processá-los.
Atualmente cerca de 650 mil israelenses vivem ilegalmente na Cisjordânia ocupada, espalhados por 164 assentamentos e 124 postos avançados. Segundo o direito internacional, todos os assentamentos e postos avançados judeus nos territórios palestinos ocupados são ilegais.