Centenas de apoiadores das Forças de Mobilização Popular (FMP) — poderosa coalizão de grupos paramilitares iraquianos, sancionada pelo governo — rejeitaram ontem (19) os resultados preliminares das eleições parlamentares, realizadas em 10 de outubro.
A Aliança Fatah — braço político da organização pluripartidária — obteve 15 assentos no parlamento, conforme as prévias, abaixo dos 48 lugares conquistados em 2018.
Os manifestantes exigiram recontagem manual dos votos, ao alegarem que os resultados foram “forjados” pelo governo do primeiro-ministro Mustafa al-Kadhimi, além de “elementos externos”, em aparente referência aos Estados Unidos.
Na manhã desta quarta-feira (20), forças de segurança impuseram medidas rigorosas para bloquear vias de acesso à chamada Zona Verde, área fortificada na capital iraquiana, que abriga prédios públicos e embaixadas, em caso de protestos ou ataques.
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Nos últimos dois dias, Bagdá e outras cidades no sul do país vivenciaram protestos conduzidos por grupos que rejeitaram a apuração dos votos, concluída até então.
Na última quarta-feira (13), facções xiitas alertaram que proceder com tais resultados ameaçaria a paz e estabilidade do país, incitando receios de eventuais hostilidades.
Nesta terça-feira, no entanto, a Comissão Eleitoral confirmou que o judiciário indeferiu todos os 1.360 recursos registrados contra os resultados anunciados.
Segundo os resultados preliminares, o bloco Sadr, filiado ao líder xiita Muqtada al-Sadr, venceu o maior número de assentos — isto é, 73 de 329 vagas. Não será preciso, portanto, uma nova coalizão para garantir os 165 assentos necessários para formar um governo.