O governo de Bashar al-Assad cometeu um novo massacre em um ataque com foguetes no noroeste da Síria, na manhã desta quarta-feira. Segundo o grupo de defesa civil que opera em áreas controladas pela oposição síria, The White Helmets (Os Capacetes Brancos), ao menos onze civis foram mortos, incluindo quatro crianças e uma mulher, quando “forças do regime e a Rússia” atacaram um mercado público no centro da cidade de Ariha, zona rural do sul de Idlib – área sob controle da oposição.
Fontes médicas da cidade disseram ontem à Agência Anadolu que dez civis perderam suas vidas e 35 civis foram feridos no ataque. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) relatou que o ataque deixou pelo menos treze mortos e outros 24 feridos, e “espera-se que as mortes aumentem porque o ataque aconteceu quando as crianças iam para as escolas e os adultos para o trabalho”.
Segundo a ONG, este foi o “maior massacre” na província de Idlib desde o cessar-fogo acordado pela Rússia, aliada de Damasco, com a Turquia, aliada da oposição, em março de 2020. A área tem sido objeto de múltiplos acordos de cessar-fogo, que são frequentemente violados pelo regime sírio e seus aliados.
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A equipe de resgate da White Helmets, encarregada de cuidar das vítimas, divulgou no Twitter imagens e vídeos mostrando a destruição e os feridos. “Em outro dia sangrento no noroeste da Síria, as forças do Regime e a Rússia cometeram um massacre horrível na cidade de Ariha, depois de visar o mercado público durante o horário de pico da manhã, no norte de Idlib, matando 10 civis, incluindo 4 crianças e uma mulher.”
On another bloody day in NW #Syria, the Regime forces and Russia commit a horrific massacre in Ariha city, after targeting the public market during the morning rush and going to school time northern Idlib, killing 10 civilians, including 4 children and a woman.#WhiteHelmets pic.twitter.com/Q4Nmjk9ryJ
— The White Helmets (@SyriaCivilDef) October 20, 2021
“Remas é uma menina que costumava ser acompanhada por seu pai até a porta da escola todas as manhãs. Remas tinha um sonho para estudar como todas as crianças do mundo, mas o regime e a Rússia a mataram, a ela e a seu pai e a duas outras crianças”, escreveram.
Remas is a little girl who used to be accompanied by his father to the school door every morning. Remas had a dream to study like all the children in the world but the regime and Russia killed her and her father & two other children. #WhitHelmets pic.twitter.com/KWK0bNOWsW
— The White Helmets (@SyriaCivilDef) October 20, 2021
“Zahra é uma menina de cinco anos de idade. Ela foi uma das vítimas do massacre de Ariha, ela foi ferida quando estava com seu pai e seu primo no mercado. Zahra sobreviveu, mas seu pai foi morto, enquanto seu primo foi gravemente ferido”.
Zahra is a five years old girl. She was one of the victims of the Ariha massacre, she was injured when she was with her father and cousin in the market. Zahra survived, but her father was killed, while her cousin was seriously injured. #WhiteHelmets pic.twitter.com/0r7Q37dpZ8
— The White Helmets (@SyriaCivilDef) October 20, 2021
“Estas meninas estavam indo para a escola para aprender e conquistar seu direito à educação, mas isso se transformou em um pesadelo. Algumas foram mortas e outras testemunharam a morte de seus colegas, nenhuma criança jamais deveria passar por isso”, publicou o grupo de defesa civil.
These little girls were going to school to learn and to get their right in education but that turned to be a nightmare. Some were killed and others witnessed their colleagues dying, no child should go through never.#WhiteHelmets pic.twitter.com/Aw4mQIDloT
— The White Helmets (@SyriaCivilDef) October 20, 2021
Na terça-feira, ativistas do OSDH relataram novos ataques aéreos de jatos russos, após a suspensão das operações aéreas por uma semana. Os caças russos executaram três ataques aéreos no perímetro do posto militar turco em al-Barah, em Jabal al-Zawiyah, na zona rural sul de Idlib, enquanto os mísseis russos atingiram posições a poucos metros do posto turco. Entretanto, não foram relatadas baixas.
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