Os residentes cristãos da Palestina ocupada são uma comunidade vulnerável, expostos a violência, expulsão de suas terras e falta de investimentos, revelou um novo estudo intitulado “Defeating Minority Exclusion and Unlocking Potential: Christianity in the Holy Land”.
A pesquisa foi desenvolvida por especialistas da Universidade de Birmingham, em parceria com a Comunidade Internacional do Santo Sepulcro (ICoHS).
Pesquisadores observaram a vasta contribuição para a sociedade civil da comunidade cristã na Palestina, Jordânia e Israel — isto é, nas terras ocupadas durante a Nakba, via limpeza étnica, em 1948 —, incluindo empreendedorismo, educação, saúde e serviços humanitários.
Porém, apreensões substanciais também foram reveladas, sobretudo políticas discriminatórias no território considerado Israel, incluindo um sistema injusto de vistos e falta de benefícios para formação clerical, necessários às igrejas para preservar sua comunidade.
Os cristãos reportam ainda maus tratos frequentes em locais sagrados e sentimento de ameaça por comportamento abusivo das forças israelenses.
A falta de dados adequados sobre as condições de pobreza também prejudica a comunidade em Israel — o governo alega trabalhar para melhorar seus serviços. Evidências e relatos em primeira pessoa, no entanto, sugerem aumento exponencial da miséria entre os cristãos.
“A Cristandade na Terra Santa tem importância global e diplomática por estar no âmago da região”, comentou Francis David, professor da Universidade de Birmingham. “Porém, seu valor econômico, social e cívico para o povo da Terra Santa é massivamente subestimado”.
“Essa contribuição é desproporcional ao tamanho de suas comunidades”, destacou o pesquisador. “Ainda assim, sofrem grave risco de guerra, conflitos étnicos e religiosos, entraves a investimentos estrangeiros e receios de restrições legais e econômicas devido à migração”.
“Seu futuro é mais vulnerável do que precisa ser”, concluiu David.
O relatório apresenta uma série de recomendações, entre as quais: pesquisas sobre a contribuição cultural, econômica e comunitária dos cristãos palestinos; programas de ensino e informação para melhor compreensão e engajamento da comunidade; encontros entre entes religiosos, públicos e civis para explorar formas de reduzir ataques; escrutínio internacional constante; e pressão ao governo israelense para publicar regularmente dados de performance sobre os cidadãos cristãos nas terras sob seu controle.
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