Nesta segunda-feira (25), o Hamas denunciou a demolição israelense do cemitério islâmico de al-Yusufiya, em Jerusalém ocupada, como “crime hediondo”.
“O que está acontecendo em al-Yusufiya é um crime hediondo, parte de uma série de crimes executados contra os cemitérios de Jerusalém”, destacou em comunicado Mohammed Hamadeh, porta-voz do movimento palestino sediado em Gaza.
Hamadeh descreveu os avanços de Israel como “prova notória da brutalidade da ocupação, que estende seus ataques a todos os palestinos — vivos ou mortos”.
Hamadeh exortou então os residentes de Jerusalém a “insurgir-se diante da gradativa incursão da ocupação contra Jerusalém e a Mesquita de Al-Aqsa”.
“Todos precisam reunir-se no cemitério para confrontar os tratores e dissuadir a ocupação de perpetrar este crime”, acrescentou.
Ainda na segunda-feira, autoridades da prefeitura israelense de Jerusalém retomaram a demolição e o nivelamento do cemitério de al-Yusufiya, a despeito de protestos de residentes palestinos que possuem parentes enterrados no local.
Segundo informações, a ocupação israelense planeja transformar o cemitério islâmico em um parque talmúdico, como parte de um complexo destinado a colonos judeus e turistas estrangeiros, em torno da Cidade Velha de Jerusalém ocupada.
Em dezembro, a prefeitura demoliu uma escadaria e parte da cerca de al-Yusufiya. Em 2014, proibiu os palestinos de Jerusalém de enterrar parentes no setor norte do cemitério e removeu vinte túmulos de soldados jordanianos mortos durante a guerra de 1967.
Al-Yusufiye, situado perto do muro que cerca a Cidade Velha, é um dos mais antigos cemitérios islâmicos da região. Tanto Cisjordânia quanto Jerusalém Oriental são consideradas áreas ocupadas segundo a lei internacional — tais demolições são, portanto, ilegais.
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