O Irã é suspeito de executar um ataque a drone na última semana contra a base de al-Tanf, no sul da Síria, que abriga tropas americanas desde 2016; contudo, sem baixas.
Nesta segunda-feira (25), oficiais americanos — que falaram à rede Associated Press (AP) em condição de anonimato — acusaram Teerã de conceder recursos e incentivos à ofensiva, envolvendo três drones lançados de dentro da Síria.
John Kirby, porta-voz do Pentágono, recusou-se a fornecer detalhes a jornalistas, mas descreveu o ataque como “deliberado, coordenado e complexo”. Kirby destacou ainda que tropas americanas vivenciaram ataques semelhantes de grupos xiitas, ligados ao Irã.
“A segurança de nossas tropas no exterior continua como prioridade ao Secretário da Defesa Lloyd Austin”, reiterou Kirby. “Caso haja resposta, será no momento, lugar e modo que escolhermos; certamente não apressaremos esse tipo de decisão”.
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Kirby também recusou-se a dizer se as tropas foram alertadas sobre o ataque. Segundo a Fox News, no entanto, o Comando Central recebeu uma denúncia e evacuou 200 soldados em aeronaves de transporte — cerca de vinte soldados permaneceram no local.
Enquanto isso, a imprensa iraniana atribuiu o incidente a “aliados sírios”, como resposta a um suposto ataque israelense conduzido dias antes, perto de Palmira, cujos mísseis aparentemente partiram de uma base dos Estados Unidos, próxima à Jordânia.
Ainda este mês, rumores surgiram de que Teerã estabeleceu uma nova força paramilitar composta majoritariamente por xiitas convertidos na Síria, denominada Brigada Hashemiyoun, com atividades perpetradas desde meados de agosto.
Al-Tanf foi instituída originalmente como parte dos esforços para combater a organização terrorista Estado Islâmico (Daesh), mas passou a servir também para obstruir rotas estratégicas que conectam milícias iranianas pró-regime sírio ao Líbano e Israel.
Aproximadamente 900 soldados americanos continuam na Síria, concentrados em al-Tanf e áreas curdas mantidas pela oposição, no nordeste do país.
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