Israel apoia negociações diretas entre as partes envolvidas no conflito do Saara Ocidental, disse o recém-nomeado embaixador no Marrocos, David Govrin.
Ele negou conhecimento do uso de drones pelo Marrocos contra a Frente Polisário no Saara.
Govrin recusou-se a responder às perguntas dos jornalistas sobre a suposta compra de Rabat do spyware fabricado pela Pegasus, dizendo: “Prefiro não responder a esta pergunta”.
Marrocos e Israel restabeleceram laços em dezembro do ano passado, depois que os EUA concordaram em reconhecer a soberania de Rabat sobre o Saara Ocidental. Até agora, porém, o Marrocos não nomeou seu enviado a Tel Aviv.
Questionado sobre quando isso aconteceria, Govrin disse: “Não há uma data específica, mas, como se sabe, fui nomeado embaixador de Israel no Marrocos, e esperamos que o Marrocos nomeie um embaixador para ele em breve”.
O Marrocos está em conflito com o grupo separatista Polisário apoiado pela Argélia sobre o Saara Ocidental desde 1975, após o fim da ocupação espanhola. Transformou-se em um confronto armado que durou até 1991 e terminou com a assinatura de um acordo de cessar-fogo.
Rabat insiste no seu direito de governar a região, mas propôs um regime autônomo no Saara Ocidental sob a sua soberania, embora a Frente Polisário queira um referendo para permitir que o povo determine o futuro da região. A Argélia apoia a proposta da Frente e acolhe refugiados da região.
O cessar-fogo de 1991 terminou no ano passado, depois que Marrocos retomou as operações militares na passagem de El Guergarat, uma zona-tampão entre o território reivindicado pelo estado de Marrocos e a autodeclarada República Árabe Sahrawi Democrática, o que a Polisário considerou uma provocação.
Ao lançar a operação, Marrocos “minou seriamente não apenas o cessar-fogo e os acordos militares relacionados, mas também quaisquer chances de alcançar uma solução pacífica e duradoura para a questão da descolonização do Saara Ocidental”, disse Brahim Ghali, líder da Frente Polisário, em uma carta à ONU.
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