O partido governista Justiça e Desenvolvimento (AK), Partido do Movimento Nacionalista (MHP) e o partido da oposição Good (IYI) apoiaram a moção. O principal partido da oposição Partido Republicano do Povo (CHP) e o Partido Democrata do Povo (HDP), no entanto, votaram contra.
A moção, encaminhada ao Parlamento pelo governo do Presidente Recep Tayyip Erdogan, permitiria aos militares turcos realizar operações transfronteiriças no norte do Iraque e na Síria por mais dois anos, de 30 de outubro de 2021 até 30 de outubro de 2023.
A moção afirmava que os riscos e as ameaças representadas pelos conflitos em andamento perto das fronteiras terrestres do sul da Turquia “continuam a aumentar”.
Salientando que a Turquia dá grande importância à proteção da integridade territorial, da unidade nacional e da estabilidade do Iraque, a moção dizia: “No entanto, a presença dos (grupos terroristas) PKK e Daesh no Iraque representa uma ameaça direta à paz regional, à estabilidade e à segurança de nosso país”.
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A moção também apontava as atividades de terrorismo do PKK/YPG na Síria, acrescentando que a Turquia havia tomado as medidas necessárias em consonância com seus “legítimos interesses de segurança nacional” para preservar a “paz e a estabilidade instauradas nas áreas de operação da Turquia”.
Idlib, terrorismo PKK, Daesh
Também sublinhou a situação na província de Idlib na Síria, o último reduto de oposição remanescente do país, dizendo que a paz e a estabilidade instauradas através do processo Astana continuam sob ameaça.
O Idlib está dentro de uma zona de desescalada, forjada sob um acordo entre a Turquia e a Rússia. A área tem sido objeto de múltiplos acordos de cessar-fogo, que têm sido frequentemente violados pelo regime de Assad e seus aliados.
Em seus mais de 30 anos de campanha de terror contra a Turquia, o PKK, listado como uma organização terrorista pela Turquia, os EUA e a União Europeia, foi responsável pela morte de cerca de 40 mil pessoas, incluindo mulheres, crianças e bebês. O YPG é sua filial síria.
Os terroristas do PKK muitas vezes usam o norte do Iraque, logo após a fronteira com a Turquia, para planejar ataques na Turquia. A Turquia diz que usa seus direitos sob o direito internacional para perseguir esses terroristas em seus esconderijos.
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Os terroristas daesh realizaram múltiplos ataques contra a Turquia, incluindo pelo menos dez atentados suicidas à bomba, sete atentados a bomba e quatro ataques armados, que mataram 315 pessoas e feriram centenas de outras.
Em resposta, a Turquia lançou operações militares e policiais no país e no exterior para evitar novos ataques.
Desde 2016, várias operações transfronteiriças turcas no noroeste da Síria libertaram a região dos terroristas de YPG/PKK e Daesh, tornando possível que os sírios, que fugiram da violência, voltassem para casa.