Nesta quarta-feira (27), apoiadores do partido político cristão Forças Libanesas bloquearam ruas de acesso à residência de Samir Geagea, em apoio à ausência de seu líder em uma audiência militar sobre confrontos fatais que tomaram as ruas de Beirute, recentemente.
Geagea foi convocado pelo inquérito, com sessão marcada às 9 horas da manhã do horário local, em meio a uma acusação de que correligionários cristãos mataram a tiros sete seguidores do grupo xiita Hezbollah e do movimento Amal, em 14 de outubro.
O Líbano é uma longa história de desastre e crise – Charge [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]Geagea nega as alegações e insiste ser alvo de uma perseguição, devido a seu apoio público à investigação liderada pelo juiz Tarek Bitar, sobre a enorme explosão no porto da capital libanesa, em agosto de 2020. O Hezbollah — ligado a Teerã — opõe-se à investigação.
“Não deixaremos que ninguém, nem o Hezbollah, tampouco Irã ou Síria, tente nos subjugar”, afirmou um manifestante cristão identificado somente como Fadi à agência Reuters.
“Estamos aqui hoje nos sacrificando por Samir Geagea, assim como se sacrificou por nós em 1994, para que o Líbano pudesse existir e para que continuássemos aqui”, acrescentou.
Geagea, ex-comandante paramilitar, foi preso pouco depois da guerra civil no Líbano, travada entre 1975 e 1990 e permaneceu em custódia por mais de dez anos. Em 2005, foi enfim libertado, após o fim de três décadas de ocupação síria no país mediterrâneo.
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