O governo da Flórida proibiu novos investimentos na corporação Unilever, sediada em Londres, matriz da empresa Ben & Jerry’s, devido à decisão da fabricante de sorvetes de interromper suas vendas nos assentamentos ilegais israelenses, situados na Palestina ocupada.
Há três meses, o governador Ron DeSantis ordenou o Conselho da Administração do Estado (SBA) a adicionar a Unilever em sua lista de “companhias sob análise”, devido ao boicote contra Israel. Neste período, contudo, a empresa Ben & Jerry’s não revogou sua posição.
“Não vejo nenhuma resposta substancial da Unilever, ponto final”, declarou Ash Williams, diretor-executivo do SBA, durante reunião do gabinete, em setembro último.
Entretanto, a mais recente decisão afeta apenas novos investimentos, enquanto preserva os US$39 milhões já aplicados pelo estado americano na corporação multinacional.
Até então, 35 estados dos Estados Unidos aprovaram leis antiboicote em favor da ocupação.
O Arizona tornou-se o primeiro estado a desinvestir da companhia, ao recorrer à difamação de “antissemitismo” para contestar a medida. Nova Jersey seguiu seus passos e o Texas já confirmou esforços para desinvestir da Unilever, pelo mesmo motivo.
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A iniciativa da Ben & Jerry’s serve de resposta a denúncias de grupos de direitos humanos e da Organização das Nações Unidas (ONU), além de textos contundentes de ex-embaixadores israelenses, descrevendo Israel como regime de apartheid.
Bennett Cohen e Jerry Greenfield, fundadores da empresa, defenderam um limite de negócios, entre o que descreveram como “território democrático” e “território ocupado” de Israel. Insistiram, porém, que a decisão não representa um boicote ao estado sionista.