A República Democrática do Congo pretende abrir um escritório de representação comercial e diplomática na cidade ocupada de Jerusalém, afirmou nesta quinta-feira (28) o governo israelense, segundo informações da agência Anadolu.
O anúncio veio à tona após um encontro entre o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett e o presidente congolês Félix Tshisekedi.
“O presidente congolês informou o premiê da abertura de uma missão comercial e diplomática em Jerusalém, no futuro próximo”, declarou Tel Aviv em comunicado. “[Tshisekedi] apoia a adesão de Israel à União Africana como observador e trabalha neste sentido”.
Tshisekedi é também presidente do bloco africano.
A República Democrática do Congo, entretanto, não emitiu nenhuma declaração oficial sobre a reunião entre ambos os líderes, até então.
O país centro-africano esteve entre os países que participaram da abertura da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, em 2018, quando o então presidente Donald Trump decidiu transferí-la de Tel Aviv à cidade ocupada.
Na terça-feira (26), Tshisekedi chegou a Tel Aviv sem qualquer anúncio oficial. Trata-se da primeira visita de um líder congolês ao país desde 1985, segundo a mídia estatal israelense.
Jerusalém permanece no âmago de décadas de conflito no Oriente Médio. Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental — ocupada ilegalmente por Israel desde 1967 — como a capital de seu futuro estado independente.
A fim de legitimar sua ocupação, Israel busca convencer diversos governos internacionais a transferir suas respectivas embaixadas de Tel Aviv a Jerusalém.
Até então, Estados Unidos, Guatemala, Honduras e Kosovo aderiram à iniciativa israelense. República Tcheca e Brasil abriram escritórios de representação na cidade sagrada.