A Turquia deixou de convidar dez embaixadores ocidentais para sua cerimônia anual do Dia da República, após os diplomatas reivindicarem a soltura de um prisioneiro político.
A exclusão volta a destacar o descontentamento do presidente Recep Tayyip Erdogan com a postura adotada pelos representantes de Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Holanda, Alemanha, França, Nova Zelândia, Noruega e Suécia.
Após os embaixadores emitirem um comunicado conjunto exortando a libertação do empresário e ativista turco Osman Kavala, em 18 de outubro, Erdogan declarou a todos como “persona non grata” e ameaçou expulsá-los do país imediatamente.
Todavia, os planos de deportação foram cancelados ao longo da semana.
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Conversas secretas entre Ancara e Washington para mitigar a crise corroboraram a anuência da Casa Branca ao Artigo 41 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, que assevera não-interferência em assuntos domésticos no país anfitrião.
A embaixada americana em solo turco emitiu então uma nota via Twitter, na qual reafirmou seu compromisso ao acordo supracitado. Outras embaixadas publicaram mensagens similares, enquanto outras compartilharam a declaração de Washington.
Apesar da controvérsia ter se encerrado oficialmente, com o “perdão” concedido aos embaixadores pela presidência em Ancara, os dez diplomatas não receberam um convite oficial para a comemoração do feriado nacional, realizada nesta sexta-feira (29).
A data marcou o 98° aniversário da proclamação da moderna república turca.
A recusa em enviar um convite demonstra, não obstante, o rescaldo das tensões sobre os diplomatas na Turquia. Segundo a agência de notícias Anka, as embaixadas em questão foram notificadas de que não seriam convidadas para a cerimônia.
Segundo relatos, há ainda forte aversão na capital sobre os diplomatas e seus respectivos países. Apesar de uma suposta resolução de bastidores, alguns políticos e ministros continuaram a queixar-se dos embaixadores em capacidade não-oficial.
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