Os judeus na Tunísia apoiam as medidas tomadas pelo presidente Kais Saied, afirmou Perez Trabelsi, líder da comunidade no país, ao website local Akher Khabar.
“Não consideramos o que fez o presidente … como golpe e lhe desejamos sucesso”, declarou Trabelsi. “Pedimos a ele que trabalhe duro porque é o que requer a situação”.
No entanto, Trabelsi reivindicou a “restituição” de propriedades judaicas na capital. “Em Túnis, cerca de 80% dos judeus abandonaram suas posses sem saber seu futuro. Há outros que morreram sem filhos; todas essas propriedades foram confiscadas de graça”.
Em 25 de julho, Saied outorgou a si próprio autoridade máxima no país, ao destituir o premiê Hichem Mechichi e suspender o parlamento, sob pretexto de emergência nacional.
Mais de dois meses depois, em 29 de setembro, o presidente indicou Najla Bouden como primeira-ministra e um novo governo foi finalmente formado.
A maioria dos partidos políticos do país norte-africano descreveu os avanços de Saied como golpe contra a constituição e contra as conquistas da revolução popular de 2011, que resultou na queda do longevo ditador Zine el Abidine Ben Ali.
Em mais de uma ocasião, Saied — cujo mandato de cinco anos teve início em 2019 — alegou que suas decisões não representam golpe, pois supostamente respeitam o quadro constitucional, a fim de proteger o estado de um “iminente perigo”.
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