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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Em Jerusalém Oriental, “nunca abriremos mão de nossos direitos”

Testemunhos de moradores palestinos retratam a dificuldade de viver em Jerusalém Oriental hoje (Foto: Albin Hillert)

Jerusalém Oriental é internacionalmente reconhecida como território ocupado, e Israel tem a obrigação, de acordo com a lei internacional, de garantir o bem-estar da população da ocupação. No entanto, a ameaça de despejos forçados e deslocamento continua pairando sobre as famílias palestinas em bairros de Jerusalém Oriental, como Sheikh Jarrah e Silwan.

Mohammad Sabbagh, de Sheikh Jarrah, explicou a difícil posição em que os tribunais israelenses colocaram sua família: se eles concordarem com um prazo finito para ficar, eles acabarão perdendo suas terras. “Esta é a situação: se dissermos sim, perderemos nossa luta pacífica no tribunal”, disse ele, acrescentando que há muitos anos é grato pela presença do Programa de Acompanhamento Ecumênico do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) na Palestina e em Israel. “Contamos com as atividades deles para explicar o que está acontecendo aqui”, disse ele.

Su’ad Abu Ramouz, uma moradora do bairro de Silwan, disse que sua casa corre o risco de ser demolida desde 2004.

“As pessoas vivem aqui há cerca de 70 anos”, disse ela. “Todos esses documentos foram apresentados no tribunal e todos nós fomos ao tribunal – obviamente o tribunal israelense – e eles apenas nos deram a decisão de que precisamos sair para que eles possam demolir nossas casas.”

Na verdade, todo o distrito está sujeito à demolição, disse Ramouz, acrescentando que os tribunais enviaram uma mensagem implacável: “Vamos demolir sua casa para que você saia –ou simplesmente demulam vocês mesmos e vão embora”.

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Algumas dessas ordens foram suspensas, disse ela, mas manifestantes pacíficos ainda enfrentam maus-tratos pela polícia.

“Eles não respeitam qualquer dignidade humana ou direitos humanos”, disse ela. “Tentamos fazer o nosso melhor para mostrar como somos pacíficos.”

Ramouz disse que os colonos tentam assediar os residentes de Silwan nas ruas. “Eles não se importam que tenhamos filhos, idosos, mulheres”, disse ela. “Jamais abriremos mão de nossos direitos. Vamos lutar de forma pacífica, vamos protestar de forma pacífica e vamos lutar de forma legal.”

Falando de uma perspectiva jurídica, a diretora de relações internacionais e advocacia do Ir Amim, Amy Cowen, observou que o que no discurso israelense atualmente fica reduzido a uma disputa por terras entre grupos de indivíduos privados, é na verdade uma consequência de um quadro maior de legislação discriminatória em nome do Estado de Israel contra a população palestina.

A vice-secretária geral do CMI, Profa. Dra. Isabel Apawo Phiri, refletiu que a discriminação contra os palestinos está apenas aprofundando a divisão e distanciando o mundo da paz.

“É muito triste notar que, a partir de hoje, depois de tantos anos, vemos que tanto os líderes palestinos quanto israelenses não tiveram sucesso em alcançar a paz por meio de acordos políticos ou por meio de conflitos armados e confrontos”, disse ela. “Tirar as pessoas de suas casas em sua própria terra natal só trará mais animosidade, não paz e coexistência.”

Jamil Khader, da Igreja Episcopal de Jerusalém, exortou todas as pessoas a cultivar a paz. “Todos os que vivem com a injustiça, Deus está com vocês”, disse Khader, que serve como oficial ecumênico do Escritório de Ligação em Jerusalém do CMI. “Temos que viver juntos. Temos que cultivar a paz. Quando você cultiva a paz, você cultivará a paz em suas ações e em suas vidas.”

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O webinar segue a Semana Mundial pela Paz na Palestina e Israel, e é parte de uma série de esforços feitos pelo Conselho Mundial de Igrejas e seu Programa de Acompanhamento Ecumênico na Palestina e Israel para defender a paz justa na região.

Também segue uma recente iniciativa de Jerusalém Oriental, por meio da qual o CMI tem acompanhado famílias palestinas que enfrentam despejo e deslocamento por meio de esforços globais de defesa.

Matéria publicada originalmente em 29/11/2021 no site do Conselho Mundial de Igrejas , traduzido por Fepal

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