Um grupo de hackers autodenominado Black Shadow vazou informações de centenas de membros da comunidade LGBTQ de Israel, após uma empresa local recusar-se a desembolsar US$1 milhão como resgate, reportou ontem (2) o jornal The Jerusalem Post.
Os hackers invadiram os servidores da companhia Cyberserve e coletaram dados do app de encontros Atraf, destinado ao público homossexual, além da empresa de ônibus Dan, que opera em Tel Aviv, e da companhia de viagens Pegasus.
Segundo as informações, os hackers emitiram um prazo de 48 horas para receber o resgate; caso contrário, seriam divulgados dados pessoais.
Em seu canal do Telegram, escreveu o Black Shadow: “Fim das 48 horas! Ninguém nos mandou dinheiro! Tentaram nos ganhar na conversa, mostraremos suas conversas. Os dados serão carregados. Mas não acabou, temos outros planos!”
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O site Ynet News reportou a preocupação de um cidadão de Tel Aviv: “É horrível violarem minha privacidade e ameaçarem expor mensagens e fotos. Tenho de esconder minha orientação sexual, meus amigos e parentes não sabem. É muito difícil, não sei o que fazer!”
A Cyberserve hospeda websites, fornece servidores e armazena dados de usuários e empresas de diversos setores do mercado israelense.
O Black Shadow postou capturas de tela de conversas que supostamente ocorreram com representantes da empresa. Em uma das mensagens, a Cyberserve propôs pagar US$250 mil em bitcoins e pediu confidencialidade sobre a transação ao grupo.
“Vocês realmente querem mexer com o governo de Israel? Porque isso vai acabar mal para vocês”, escreveu um suposto representante da empresa, ao advertir que a polícia cibernética de israelense procuraria os hackers, caso não aceitassem a oferta.
Em seguida, a proposta foi aumentada para US$350 mil em bitcoins.
A Cyberserve, no entanto, negou o diálogo, ao alegar que, caso concordassem com as demandas, novos pedidos de resgate seriam feitos futuramente.