O Alto Conselho de Estado da Líbia expressou ontem preocupações sobre os planos de realizar uma eleição presidencial sem ter uma constituição para regular os assuntos do país.
O presidente do conselho, Khalid Al-Mishri, disse aos repórteres em Trípoli que a mudança poderia levar a um “possível golpe de Estado na Líbia”.
Al-Mashri acrescentou que o conselho estava se recusando a permitir que “cidadãos de dupla nacionalidade e pessoal militar concorressem à presidência”, acusando o renegado general Khalifa Haftar de “tentar participar das eleições trapaceando”.
O governo Tobruk no leste, que apóia Haftar, não é um “órgão legislativo”, explicou Al-Mishri, acrescentando que foi “dissolvido por uma decisão da Comissão Constitucional”.
Ele também acusou o chefe da Alta Comissão Nacional Eleitoral, Emad Al-Sayah, de “defender Haftar para que ele se candidate à presidência nas próximas eleições”.
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“Rejeitamos a candidatura de dupla nacionalidade”, reiterou Al-Mishri, referindo-se ao fato de Haftar possuir a cidadania americana.
As eleições presidenciais na Líbia estão previstas para 24 de dezembro, enquanto as eleições parlamentares ocorrerão um mês depois. Espera-se que as eleições ponham fim a anos de conflito armado que têm atormentado o país rico em petróleo.