Abbas Kamel, chefe da Diretoria de Inteligência Geral do Egito, acredita que o retorno da Autoridade Palestina (AP) à Faixa de Gaza sitiada terá um impacto positivo na reconstrução e recuperação do território palestino.
O comentário foi feito ao jornalista israelense Barak Ravid, em evento paralelo à Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP26), realizada em Glasgow, na Escócia.
Kamel reconheceu que o Hamas não concorda com esse arranjo, mas afirmou trabalhar “dia e noite” para conduzir uma eventual troca de prisioneiros com Israel — possivelmente, como parte do cessar-fogo que sucedeu os ataques israelenses, em maio.
“Trabalhamos para resolver a questão dos prisioneiros entre Israel e Hamas, além de buscar ajuda econômica e humanitária e algum tipo de retorno da Autoridade Palestina a Gaza, mesmo que meramente simbólico”, explicou Kamel.
Há décadas, o Egito exerce papel de mediador no conflito israelo-palestino. Porém, após a normalização entre a ocupação e alguns estados do Golfo, no último ano, o Cairo agiu intensamente para preservar seu papel, sob receios de tornar-se dispensável.
Kamel insistiu a Ravid que as relações entre Israel e Egito vão bem e que o diálogo entre as partes é exercido cotidianamente.
Em outubro, após reunião de Kamel com o Ministro da Economia de Israel Orna Barbivai, relatos surgiram que o Cairo buscava maneiras de fortalecer relações comerciais com Tel Aviv, sobretudo ao ampliar o fluxo de bens na travessia de Nitzana.
Kamel também revelou planos para visitar Israel ainda em novembro, para conversar com o premiê Naftali Bennett e outros oficiais. Sua turnê deve incluir Ramallah, para encontrar-se ainda com o Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas.
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