Israel planeja construir um sistema de vigilância ao longo da ilha do Chipre, em acordo assinado com a porção greco-cipriota, ao sul do território, a fim de assegurar as fronteiras internas.
Christos Pieris, porta-voz do Ministério da Defesa do Chipre, confirmou planos para estabelecer um “sistema de vigilância eletrônico para nos fornecer imagens 24 horas por dia”.
“Será instalado em vários pontos ao longo da Linha Verde”, reafirmou Pierir, em referência às divisas norte-sul — isto é, turco-cipriota e greco-cipriota, respectivamente.
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O sistema deve ser concluído dentro de três anos, ao custo de 27.5 milhões de euros (US$32 milhões). O objetivo é supostamente reprimir atos de contrabando e imigração ilegal ao sul do Chipre, considerado território da União Europeia.
Desde a intervenção militar da Turquia, em 1974, até os dias de hoje, a chamada Linha Verde — de 180 km de extensão — divide o território insular.
Na última década, a imigração irregular tornou-se um problema. Tanto norte quanto sul sentiram os impactos da chegada de refugiados e requerentes de asilo oriundos da Síria, que deixaram seu país em virtude da guerra.
Recentemente, libaneses tentaram realizar também a travessia, em busca de uma vida melhor.
Em maio, o governo greco-cipriota declarou “estado de emergência” devido aos refugiados.
Em outubro, seu Ministro do Interior queixou-se à agência responsável por asilo da União Europeia que 800 imigrantes atravessaram a Linha Verde dentro de dez dias e advertiu que seu governo teria de “assumir medidas drásticas e substanciais”.
O acordo assinado entre Chipre e Israel reforça uma atmosfera de cooperação entre os países, sobretudo nos últimos anos, além da aproximação entre a ocupação, por um lado, com Emirados Árabes Unidos e Grécia, por outro.
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