Houve algum progresso na resolução da crise diplomática entre o Líbano e os países do Golfo, impulsionada por comentários que criticavam a coalizão liderada pela Arábia Saudita no Iêmen, disse hoje o Secretário-Geral Adjunto da Liga Árabe, Hossam Zaki, informou a Reuters.
Zaki, que está em Beirute realizando reuniões sobre a ruptura, reuniu-se até agora com o presidente Michel Aoun, o primeiro-ministro Najib Mikati e o ministro das Relações Exteriores Abdalla Bou Habib.
Zaki disse ter comunicado a perspectiva da Liga Árabe sobre a crise aos funcionários com os quais se reuniu.
Ele disse anteriormente que seu encontro com Aoun foi “franco e positivo” e que ele havia encontrado um ponto de entrada para resolver a crise, mas acrescentou que o problema era mais amplo do que os comentários feitos pelo Ministro de Informação do Líbano, George Kordahi.
“O assunto não é simples e não deve ser tratado levianamente”, disse Zaki.
Imagens de agosto – antes de Kordahi ser nomeado ministro – exibidas em outubro mostraram o ministro da informação descrevendo a guerra contra o Iêmen como uma agressão da coalizão liderada pela Arábia Saudita, qualificando o conflito como “fútil” e dizendo que os Houthis estavam agindo em “autodefesa”.
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Kordahi disse que seus comentários foram filmados antes de se tornar ministro e tem resistido até agora aos apelos para que ele se demita.
A Arábia Saudita expulsou o enviado do Líbano, proibiu todas as importações libanesas para o reino e retirou seu embaixador no início deste mês. O Bahrain e o Kuwait tomaram medidas semelhantes enquanto os Emirados Árabes Unidos retiraram todo o seu pessoal diplomático.
Hoje, o presidente libanês Michel Aoun disse que a resolução da divisão Líbano-Saudita requer um diálogo honesto entre os dois países.
Aoun acrescentou que Beirute iria aceitar qualquer iniciativa da Liga Árabe para restabelecer relações fraternas com o reino, e disse que o Líbano não hesitaria em tomar qualquer medida para permitir um diálogo franco.