O Primeiro-Ministro do Iraque Mustafa al-Kadhimi sobreviveu a uma tentativa de assassinato conduzida por um drone armado que avançou contra sua residência em Bagdá, na manhã deste domingo (7). Kadhimi saiu ileso, mas sete seguranças foram feridos.
As informações são da rede Associated Press.
A inteligência iraquiana lançou uma investigação sobre o atentado.
Nenhum grupo assumiu responsabilidade, até então.
“Estou bem, entre meu povo, graças a Deus”, comentou o premiê no Twitter, ao conclamar “calma e moderação a todos, em benefício do Iraque”.
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“Foguetes e drones covardemente disparados não constroem pátrias e tampouco um futuro”, declarou Kadhimi mais tarde, em discurso televisionado.
A imprensa estatal divulgou imagens dos danos causados a veículos e partes da residência do primeiro-ministro, situada na chamada Zona Verde, área altamente fortificada na capital iraquiana, onde localizam-se embaixadas e prédios do governo.
Segundo informações preliminares, o ataque envolveu dois outros drones; contudo, interceptados pelas forças de segurança.
Na sexta-feira (5), confrontos violentos se deflagraram em Bagdá, entre tropas do governo e apoiadores de partidos pró-Irã, que contestam os resultados das eleições realizadas em outubro. Grupos xiitas aparentemente perderam grande força no país.
Durante um tiroteio, um manifestante foi morto, incidente atribuído à autoridade de Kadhimi por grupos paramilitares. “O sangue dos mártires lhe fará justiça”, prometeu Qais al-Khazali, líder da milícia Asaib Ahl Al-Haq, durante o velório do manifestante.
Kadhimi foi chefe da inteligência iraquiana antes de assumir posse como premiê, no último ano.
Seu governo tenta equilibrar interesses conflitantes entre Estados Unidos e Irã.
Não obstante, milícias ligadas à república islâmica consideram Kadhimi próximo demais de Washington, ao acusá-lo de passar informações sobre o general iraniano Qassem Soleimani e o cofundador do Kataib Hezbollah, Abu Mahdi al-Muhandis, ao Pentágono.
Ambos foram mortos por um ataque a drone no aeroporto de Bagdá, sob ordens do então presidente americano Donald Trump, em janeiro de 2020.
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