O governo iemenita reconhecido internacionalmente deve trabalhar para desescalar divergências internas, incluindo tensões com o grupo separatista Conselho de Transição do Sul (CTS), afirmou nesta segunda-feira (8) uma delegação dos Estados Unidos.
Tim Lenderking, enviado especial da Casa Branca ao país assolado pela guerra, e Cathy Westley, encarregada de negócios, fizeram seu apelo durante uma raríssima visita ao Iêmen, onde reuniram-se com oficiais em Aden — cidade portuária e sede provisória do governo.
“A delegação instou ao governo iemenita a continuar a fortalecer a coordenação interna, junto ao Conselho de Transição do Sul e outros, pois a divisão enfraquece a todos e agrava o sofrimento”, declarou Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado, em nota.
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“O governo dos Estados Unidos pede aos países da região e além que aumentem seu apoio econômico ao Iêmen e observa que a melhoria dos serviços básicos e das oportunidades no país é um passo importante para alicerçar a paz”, acrescentou Price.
O Conselho de Transição do Sul, movimento separatista no Iêmen, recebe apoio dos Emirados Árabes Unidos e instituiu um frágil acordo de compartilhamento de poder com o regime de Abd-Rabbuh Mansur Hadi, na cidade estratégica de Aden.
O Iêmen é assolado pela guerra desde 2014, quando rebeldes houthis capturaram grande parte do país, incluindo a capital Sanaa. A situação escalou no ano seguinte, quando uma coalizão liderada pela Arábia Saudita interveio no conflito, a fim de restituir o governo aliado.
Mais de 233 mil pessoas foram mortas, desde então; 80% da população depende de assistência humanitária para sobreviver; e 13 milhões de pessoas estão no mapa da fome, segundo estimativas da ONU. A situação é considerada a pior crise humanitária do mundo.