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Outdoors da Al-Jazeera reaparecem nas ruas do Egito

Sede da Al-Jazeera, em Doha, capital do Catar, 5 de dezembro de 2019 [Karim Jaafar/AFP/Getty Images]

Diversos outdoors com propagandas da proeminente rede internacional de notícias Al Jazeera ressurgiram nas ruas do Cairo, capital do Egito. Imagens viralizaram nas redes sociais.

Após o golpe militar de 2013, que levou Abdel Fattah el-Sisi ao poder, o regime egípcio passou a reprimir agências eventualmente críticas, com destaque a jornalistas da Al Jazeera, emissora sediada no Catar, sob acusações de conceder apoio à Irmandade Muçulmana.

‘Outdoors da Al Jazeera voltam ao Cairo. Há pessoas presas por trabalharem para a Al Jazeera. Tudo esquecido após a reaproximação entre Egito e Catar’, destaca blogueiro The Big Pharaoh

O canal de televisão ganhou visibilidade ao cobrir a revolução popular que depôs o longevo ditador Hosni Mubarak, em 2011. Dois anos depois, cobriu então os eventos que culminaram no golpe de estado e na destituição do presidente eleito Mohamed Morsi.

Ao consolidar seu regime, o presidente e general Sisi decidiu cassar a licença da Al Jazeera no país, sob alegações de “espalhar mentiras e rumores para sabotar a segurança e união nacional”. Diversos funcionários foram presos, sem sequer acusação formal.

O jornalista Mahmoud Hussein, por exemplo, permaneceu preso por quatro anos, sem qualquer denúncia ou julgamento. Em fevereiro deste ano, foi finalmente libertado, um mês após o regime do Cairo retomar relações diplomáticas com o governo em Doha.

LEIA: Egito põe prisioneira política junto de criminosos comuns, alerta ong de direitos humanos

Os repórteres Abdullah al-Shami e Mohamed Bader permanecem detidos arbitrariamente sob pretexto de “ameaça à segurança nacional” e “posse de armas”.

Escritórios da Al-Jazeera em árabe foram invadidos e fechados por forças de segurança.

Em 2017, Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein cortaram laços com o Catar, ao acusá-lo de apoiar o “terrorismo” e associar-se com o regime iraniano.

Neste ano, a crise aparentemente chegou ao fim com a retomada de voos entre os países e uma transmissão ao vivo da Al Jazeera a partir do Cairo, pela primeira vez em oito anos.

Mais recentemente, oficiais da inteligência egípcia afirmaram à agência Reuters que a diplomacia catariana comprometeu-se com uma mudança na cobertura da rede Al Jazeera. Contudo, foram desmentidos pelo estado do Golfo.

Não obstante, apesar das esperanças de reaproximação e de uma nova era para a liberdade de imprensa, o governo egípcio manteve sua perseguição à emissora.

Rabie al-Sheikh, repórter da Al Jazeera, foi preso no aeroporto do Cairo em agosto último.

O Egito é considerado um dos países que mais aprisiona jornalistas em todo o mundo e classifica-se na 166ª colocação entre 180 países no Índice Global de Liberdade de Imprensa, segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

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