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Spyware Pegasus de Israel invadiu celulares de grupos de direitos humanos palestinos

Imagem ilustrativa mostra anúncio da NSO em tela de celular[Joel Saget/ AFP via Getty Images]

O notório spyware da NSO israelense, Pégasus,  foi usado para atingir os telefones de seis grupos de direitos humanos palestinos que foram controversamente declarados como organizações terroristas pelo ministro da Defesa, Benny Gantz, revelou uma investigação da Front Line Defenders (FLD).

FLD, um grupo de direitos humanos com sede em Dublin, investigou 75 iPhones e descobriu que seis dispositivos foram hackeados com o spyware Pegasus do Grupo NSO. As descobertas da FLD foram confirmadas de forma independente com “alta confiança” por especialistas técnicos do Citizen Lab e do laboratório de segurança da Anistia Internacional, as principais autoridades mundiais em tais hacks.

Três das seis vítimas que consentiram em ser identificadas são Ghassan Halaika: pesquisador de campo e defensor dos direitos humanos que trabalha para Al-Haq; Ubai Al-Aboud cidadão norte-americano, diretor exxecutivo do Bisan Center for Research and Development e Salah Hamouri, advogado e pesquisador de campo da Addameer Prisoner Support and Human Rights Association, com sede em Jerusalém.

Hamouri, que é cidadão francês, foi notificado da decisão do Ministro do Interior israelense de revogar sua residência permanente em Jerusalém e deportá-lo com base em sua alegada “quebra de fidelidade ao Estado de Israel”. Grupos de direitos humanos citam esse tipo de revogação de residência, que é usado exclusivamente para punir não judeus, como um exemplo do apartheid praticado por Israel.

Al-Haq contatou o FLD alguns dias antes de ser colocado na lista negativa de Israel sobre o dispositivo de um membro da equipe baseado em Jerusalém e uma possível infecção por spyware. A Front Line Defenders imediatamente conduziu uma investigação técnica e descobriu que o dispositivo havia sido infectado em julho de 2020, com spyware vendido pelo NSO Group, com sede em Israel.

LEIA: Israelenses Contra o Apartheid se unem contra designação de terrorismo de seis grupos palestinos

A FLD começou a investigar outros dispositivos pertencentes a membros de seis organizações da sociedade civil palestina designadas como terroristas e descobriu que cinco dispositivos adicionais foram hackeados com o mesmo spyware.

A FLD apelou aos “estados, organismos internacionais, corporações e autoridades responsáveis ​​pela aplicação da lei para rejeitarem clara e inequivocamente as acusações de terrorismo apresentadas contra organizações palestinas de direitos humanos e defensores dos direitos humanos”.

Em julho, uma investigação global do Washington Post, do Guardian, do Le Monde e de outros meios de comunicação relatou que o spyware Pegasus foi usado para monitorar defensores dos direitos humanos, jornalistas e políticos em todo o mundo.

A investigação revelou que o Grupo NSO estava fornecendo tecnologia a governos estrangeiros para visar maliciosamente funcionários do governo, jornalistas, empresários, ativistas, acadêmicos e funcionários de embaixadas. No início deste mês, os EUA colocaram a empresa israelense em uma lista negativa de comércio por causa de suas atividades fraudulentas.

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