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Freedom Initiative denuncia ataques do Egito a ativistas no exterior

Painéis em Nova York e Washington retratam a Estátua da Liberdade amordaçada com uma bandeira egípcia, em referência à repressão do Cairo contra ativistas americanos [Freedom Initiative/Twitter]
Painéis em Nova York e Washington retratam a Estátua da Liberdade amordaçada com uma bandeira egípcia, em referência à repressão do Cairo contra ativistas americanos [Freedom Initiative/Twitter]

A ong de direitos humanos Freedom Initiative, sediada em Washington, lançou uma nova campanha para conscientizar cidadãos americanos sobre violações cometidas pelo Egito contra ativistas de direitos humanos radicados no exterior.

Painéis foram instalados nas cidades de Nova York e Washington, retratando a Estátua da Liberdade amordaçada com uma bandeira egípcia, em referência à repressão de Abdel Fattah el-Sisi a cidadãos americanos e opositores na diáspora.

Freedom Initiative denuncia ataques do Egito a ativistas no exterior

Mohamed Soltan, cidadão binacional e cofundador da ong, por exemplo, reportou torturas sofridas como prisioneiro político no Egito, incluindo queimaduras de cigarro, costelas quebradas e negligência médica após ser baleado por seus carcereiros.

Segundo as denúncias, o Cairo promove punição coletiva contra ativistas no exílio, ao prender e torturar familiares ainda no país, com intuito de dissuadir suas manifestações.

Aly Hussin Mahdy, cidadão egípcio exilado em Chicago, teve sua família presa em fevereiro, após compartilhar vídeos online contra abusos de direitos humanos em seu país.

Sherif Mansour, coordenador do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) para o Oriente Médio, também teve parentes atingidos pela ofensiva do Cairo.

“Os ataques do Egito contra americanos e suas famílias não apenas constituem grave abuso de direitos humanos, como são uma afronta aos interesses de segurança nacional dos Estados Unidos”, observou Allison McManus, diretora de pesquisa da Freedom Initiative.

“A escala da repressão transnacional … é característica de regimes inimigos — certamente não corresponde a ações de um aliada”, prosseguiu. “É crucial que nossos políticos defendam o povo americano e estendam sua tolerância zero à tomada de reféns no Egito”

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Nos últimos meses, a ajuda militar dos Estados Unidos à ditadura norte-africana tornou-se foco de grupos de direitos humanos, que apresentaram evidências das violações de Sisi.

Em setembro, o governo de Joe Biden anunciou condicionar cerca de US$300 milhões — dentre US$1.3 milhão concedidos anualmente ao exército egípcio — ao progresso em direitos humanos. Críticos, no entanto, alertam que todo o valor deveria ser retido.

Há hoje aproximadamente 65 mil prisioneiros políticos no Egito, sob tortura sistemática ou pena capital, promulgada por julgamentos arranjados, além de negligência médica generalizada.

Diversos ativistas de alto perfil tentaram ou cometeram suicídio enquanto detidos, devido às condições precárias, agressões e restrições à visita de seus parentes.

“A fiabilidade do Egito à repressão internacional para silenciar críticos aumentou de maneira alarmante nos últimos anos e chega agora aos mares dos Estados Unidos”, advertiu Todd Ruffner, diretor jurídico da Freedom Initiative.

“É inconcebível que um ostensivo aliado há décadas recorra a ataques contra pessoas em solo americano, meramente por expressarem sua opinião”, acrescentou.

“A gestão de Joe Biden e políticos no Capitólio precisam prestar mais atenção, documentar tais abusos exponenciais e deixar claro ao Cairo que haverá consequências caso esse comportamento odiento não chegue ao fim”, concluiu o advogado.

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