ONU critica criminalização de ongs palestinas por parte de Israel

Lynn Hastings, diretora do Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), durante coletiva de imprensa no complexo da entidade internacional na Cidade de Gaza, 23 de maio de 2021 [EMMANUEL DUNAND/AFP via Getty Images]

A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Associação de Agências para o Desenvolvimento Internacional (AIDA) expressaram sua preocupação sobre a criminalização de seis ongs palestinas por parte de Israel, no início deste mês.

“A decisão de 7 de novembro, conferida por decreto militar, de desautorizar as seis organizações palestinas na Cisjordânia [ocupada] representa uma maior erosão do espaço cívico e humanitário”, declararam ambas as entidades internacionais.

“[A medida] impõe restrições substanciais ao trabalho das organizações, que cooperam há décadas, com a comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas, ao conceder serviços essenciais a incontáveis cidadãos palestinos”, acrescentou a nota.

Lynn Hastings, residente e coordenadora humanitária nos territórios ocupados, confirmou que as alegações israelenses não foram levadas verdadeiramente a sério.

“Até então, nenhuma das agências da ONU ou AIDA receberam qualquer documentação por escrito que possa servir de base às acusações”, declarou Hastings, ao prometer engajar-se com todos os parceiros relevantes para obter mais detalhes.

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O comunicado destacou ainda: “Qualquer legislação de contraterrorismo deve estar de acordo com obrigações conferidas pela lei internacional, incluindo absoluto respeito aos direitos humanos e à liberdade de expressão e associação”.

Ao observar que muitos membros da AIDA trabalham em parceria ou realizam doações às entidades em questão, a nota enfatizou também seu “compromisso com o indispensável papel da sociedade civil na vida democrática, para encontrar soluções ao conflito”.

“Alegações prévias de mau uso de nossos recursos por entidades parceiras da sociedade civil palestina jamais foram provadas”, enfatizou o comunicado.

Em suma, as agências internacionais prometeram manter seu apoio à lei internacional e às organizações civis, em nome dos direitos humanos e valores da democracia.

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